Os encontros frequentes entre os dois ocorria em hotéis pagos por Payet, que se referia a Larissa como sua “mulher brasileira”. Ela era hospedada nos mesmos locais que ele utilizava antes das partidas do Vasco. Em uma ocasião, quando o jogador não conseguiu fazer o pagamento via Pix diretamente para o hotel, transferiu R$ 6,5 mil diretamente para Larissa.
Entretanto, a maioria dos encontros acontecia na luxuosa mansão do atleta no Recreio dos Bandeirantes. Larissa chegou a gravar vídeos durante as visitas, mostrando que estava na casa de Payet, onde ele, em vários momentos, parecia despreocupado com as câmeras.
Em dezembro, após um desentendimento em que Larissa revelou a uma amiga sobre o relacionamento, ela começou a registrar os encontros. Temendo pela própria segurança, decidiu documentar o que vivia: “Uma amiga me aconselhou a ter provas, e, após refletir, percebi que realmente poderia precisar delas”, disse.
Larissa também apresentou provas de hematomas e realizou um exame de corpo de delito no Paraná, além de ter registrado um boletim de ocorrência contra Payet. As imagens acessadas pelo EXTRA revelam marcas visíveis em suas pernas, bumbum e braços, que ela alega serem resultado de agressões.
De acordo com Larissa, Payet justificava suas ações dizendo que eram “punições”. “Ele pisou em mim, inclusive no rosto e nas pernas, e me fazia acreditar que eu merecia isso”, revelou. Ela também afirmou que enfrentava xingamentos e humilhações durante as agressões: “Ele me chamava de ‘vagabunda’, dizia que eu deveria ter acreditado nos rumores sobre brasileiras”.
No final de março, após retornar a União da Vitória, Larissa relatou à polícia que começou a receber ameaças do jogador, que usava frases como: “Vou mandar alguém para te deixar segura”. A advogada descreveu o relacionamento como conturbado, ressaltando o comportamento controlante e agressivo de Payet.
Em uma denúncia formal, Larissa afirmou ter sido vítima de violência física, moral, psicológica e sexual entre fevereiro e março. Segundo ela, era submetida a situações degradantes, como ser obrigada a se humilhar em atos que violavam sua dignidade: “Ele explorava minha fragilidade emocional, sabendo que eu sofria com uma condição de saúde mental.”
Após um incidente em dezembro em que Payet a ameaçou dentro do carro, Larissa afirmou que as agressões se intensificaram, deixando-a machucada, como evidenciado em suas fotos. Ela decidiu expor sua experiência buscando segurança pessoal, mesmo ciente da possibilidade de enfrentar julgamentos públicos.
Além das denúncias na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), Larissa também solicitou uma medida protetiva contra Payet. O EXTRA tentou entrar em contato com o jogador e sua assessoria para comentar sobre os boletins de ocorrência, mas não obteve resposta. A investigação sobre as acusações está em andamento e segue sob sigilo.
Larissa Ferrari ficava na casa de Payet, do Vasco, quando estava no Rio — Foto: Arquivo pessoal
Fonte: Extra