— O que mais me incomodou foi a postura do nosso time. Precisamos ter consciência de onde estamos e respeitar essa situação. A performance foi muito insatisfatória. Apesar de termos melhorado um pouco no segundo tempo, o primeiro tempo foi especialmente ruim, com um jogo lento. Não encaramos essa partida como uma decisão, algo que deve ocorrer em cada rodada do Campeonato Brasileiro.
— Perder faz parte, mas a maneira como perdemos realmente me incomoda. Para ser sincero, melhoramos um pouquinho, mas foi apenas um pouco. O segundo tempo foi melhor que o primeiro, mas a postura nesse primeiro tempo me deixou perplexo. É crucial que tenhamos um respeito maior por esta equipe e que façamos mais dentro de campo.
Fábio Carille Vasco Ceará — Foto: Baggio Rodrigues/AGIF
O Vasco inicialmente ficou em desvantagem de 2 a 0, mas conseguiu reduzir o placar com um gol de Vegetti nos acréscimos. O time só conseguiu ameaçar o gol adversário no final do segundo tempo.
Durante o intervalo, Carille fez três substituições, retirando Nuno Moreira, Garré e Paulinho da partida. Em um momento seguinte, Payet teve que ser substituído devido a uma lesão, com Alex Teixeira entrando em seu lugar. O técnico explicou que essa mudança não estava programada.
— O Alex não é um meia-armador, mas sim um meia-atacante. O Payet é alguém que ajuda em jogadas de bola parada, e a ideia era retirá-lo no final do jogo, não tão cedo. Ele é um jogador de qualidade que estava buscando o jogo, tentando ajudar a equipe, mesmo quando não estávamos bem. A mudança com o Alex fez com que perdêssemos um pouco.
O Vasco também sofreu com as ausências de Coutinho e Tchê Tchê na partida. Carille não atribuiu a dificuldade de criação à falta de Coutinho, afirmando que a saída de bola do time foi lenta.
— Sobre o Coutinho, não posso afirmar que sua presença teria mudado o cenário. Nossa saída de bola foi muito fraca e lenta, facilitando o trabalho do adversário em nos marcar. Precisamos ser mais rápidos na saída de bola Para que os jogadores da frente recebam melhores oportunidades.
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Sequência pesada de jogos
— Estou com esse grupo há pouco tempo. Alguns jogadores, como Nuno e Garré, que já percebi que estavam sobrecarregados no primeiro tempo. Eles estão comigo há mais de um mês e já sei o que podem oferecer. Isso realmente gera preocupação. Jogamos contra um time da Venezuela e agora jogamos contra o Ceará, que não jogou na semana anterior e está se recuperando. No entanto, não temos escolha. Eu sempre digo que quando estamos mal tecnicamente, o adversário também não deve ter essa chance.
— Poderíamos ter tomado decisões melhores nos dois gols que sofremos. Há dias em que a situação acontece assim, mas preciso ser rigoroso defensivamente e não permitir oportunidades ao adversário. A postura deve ser sempre assim. Se for errar, que seja avançando, e não jogando para os lados ou para trás. Isso me incomodou muito e já havíamos conversado sobre durante o intervalo e reiterado no final do jogo. Precisamos aprender e evitar que isso se repita.
Saída de bola do Vasco
— A saída de bola foi excessivamente lenta. O Ceará deixou nossos zagueiros com a bola, e acabamos jogando muito para trás. Meias precisam se apresentar para jogar. Um meia não estará livre o tempo todo, e é necessário fazer os jogadores aparecerem. Ficamos muito limitados jogando para os lados, fazendo com que nosso goleiro trabalhasse demais, mesmo tendo situações de jogo para avançar.
Vasco tem dificuldades de jogar contra times com linha baixa?
— Isso varia de jogo a jogo. Na Sul-americana, enfrentamos um time com linha baixa e vencemos de 1 a 0, mas poderíamos ter ampliado, pois criamos inúmeras oportunidades. Então depende do jogo, é preciso melhorar a velocidade na saída de bola, realizar as triangulações e aproximações que planejamos para atacar pelas laterais e cruzar para o lado oposto.
— Para que isso funcione, as trocas de passes precisam ser rápidas. Não que os atletas precisem ser velozes, mas a troca de passes deve fluir rapidamente. Na última partida, tivemos dificuldades, mas em outras jogamos bem, como contra o time da Venezuela, que joga no seu campo e conseguimos criar muitas oportunidades, embora só o Coutinho tenha finalizado oito vezes. O jogo poderia ter terminado com outros resultados, então nem sempre é assim, mas cada partida deve ser encarada como uma final.
Postura do Ceará
— Não houve surpresa. O Ceará manteve a mesma ideia do Léo Conde, que está há algum tempo no cargo. Enfrentei-o pelo Santos. No Ceará, ano passado, Saulo jogava como atacante diferente de Pedro Raul, que tem um estilo mais de retenção. Não fomos pegos de surpresa, eles têm um bom treino e jogam com boa movimentação e cruzamentos.
Desgaste para jogos contra Flamengo e Lanús
— O intervalo de terça a sábado é menos preocupante do que de sábado para terça. Nesse caso, perdemos um dia de recuperação após o jogo contra o Sport. Isso realmente pode afetar nosso desempenho. Precisamos conversar com fisiologistas e preparadores físicos para entender por que nossa performance e postura foram tão baixas, mas o jogo contra o Flamengo preocupa menos do que o do Lanús. Mas a realidade é que o jogo está agendado e precisamos nos preparar e nos empenhar.
Fonte: ge