O gigante da colina triunfou sobre o Atlético-GO por 1 a 0 no confronto de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, assegurando sua vaga nas quartas de final com um placar agregado de 2 a 1. O gol de Lucas Piton veio nos acréscimos do primeiro tempo, em São Januário, noite desta terça-feira, com cerca de 18 mil torcedores presentes.
O próximo adversário do time ainda está por definir, haja vista que será determinado por meio de um sorteio realizado pela Confederação Brasileira de Futebol. Desde 2015, o Vasco não alcançava as quartas de final da Copa do Brasil, quando foi eliminado pelo São Paulo, com um placar de 3 a 0 no confronto de ida e empate por 1 a 1 na partida de volta.
No Campeonato Brasileiro, a equipe voltará a campo no sábado, pela 22ª rodada, para encarar o Fluminense, às 21h30, no estádio Nilton Santos.
Após o jogo, o comandante do Vasco, Rafael Paiva, demonstrou alívio pela classificação, embora tenha admitido que houve momentos de tensão até o apito final. O técnico esperava uma segunda etapa menos turbulenta, mas justificou as oscilações e o desempenho irregular pelo desgaste físico.
“Estamos desgastados, tentando fazer um rodízio com alguns jogadores. No último jogo, contra o Red Bull Bragantino, essa foi a estratégia para preservar alguns atletas, porém, mesmo assim, acumulamos uma sequência intensa de partidas. Já temos o confronto com o Fluminense no final de semana. Realizamos as substituições quando percebemos que estávamos enfrentando dificuldades. A intenção era dar um gás extra, manter a posse de bola, porém não conseguimos. As trocas não surtiram efeito. O Atlético pressionou bastante e tivemos dificuldades para chegar ao gol”, afirmou o treinador vascaíno.
O jovem técnico do Vasco, que antes comandava o time sub-20 e assumiu interinamente após a demissão de Álvaro Pacheco, enfatizou a necessidade de ampliar as opções do elenco por meio de um rodízio, que incluiu novamente o chileno Galdames.
“Precisamos valorizar mais os jogadores do grupo. Contar apenas com 11 titulares e três ou quatro opções de troca é insuficiente. Por isso, é importante dar oportunidades a outros atletas, aumentar sua minutagem em campo, pois precisaremos deles nos próximos jogos. Estamos buscando oxigenar o elenco e manter mais jogadores em bom nível de rendimento”, ressaltou.
Ao mesmo tempo, Paiva reconheceu a oscilação da equipe e a necessidade de encontrar uma maneira mais consistente de jogar, destacando a importância de iniciar e concluir as partidas com alto desempenho.
“Estamos em busca da melhor forma de controlar o jogo. Temos oscilado. Tivemos bons momentos no 4-2-3-1, mas também enfrentamos dificuldades. Tentamos reforçar o meio-campo, conseguindo êxito contra o Red Bull, mas não conseguimos manter. Nosso objetivo é jogar bem durante toda a partida. Ainda não atingimos essa regularidade, principalmente nos jogos recentes”, admitiu o treinador vascaíno.
“Buscamos, por meio dos jogadores, organização e estrutura, encontrar nosso melhor jogo e almejamos atuar bem do início ao fim. Entendemos que jogando bem estaremos mais próximos das vitórias. Estamos proporcionando oportunidades a diversos jogadores, pois sabemos que o segundo turno do Brasileirão e as quartas de final da Copa do Brasil exigirão um elenco mais preparado”, completou.
Mais declarações de Rafael Paiva durante a entrevista coletiva
Destaque para o primeiro tempo
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Acredito que jogamos com mais inteligência no primeiro tempo. Na etapa complementar, atuamos mais pela garra do que pela organização. Nos momentos em que poderíamos contra-atacar, não fomos eficazes, o que permitiu ao Atlético-GO lançar-se ao ataque. Mesmo sem conquistar bons resultados ultimamente, tanto com Mancini (ex-técnico) quanto com Umberto, o Atlético é um time forte, com bons jogadores, e certamente evoluirá”, observou Paiva.
Análise sobre a oscilação de rendimento
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Cobramos muito dos jogadores para manter um padrão durante toda a partida. Infelizmente, não conseguimos fazer isso no segundo tempo. Tentamos fazer alterações para trazer mais energia e maior controle ao jogo. O mérito também é do adversário, que pressionou mais e subiu a linha defensiva. No entanto, também passa pela nossa falta de confiança em arriscar. Chega um momento em que evitamos o erro, mas acabamos pecando no excesso de cautela, o que nos impede de manter a posse de bola. Estamos trabalhando intensamente nesse ponto, mais por meio de vídeos do que em campo, mas temos plena consciência das nossas falhas e buscamos evoluir”, frisou o técnico vascaíno.
Preocupação com a situação de Piton
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O Piton é um jogador fundamental para nossa equipe. Com sua qualidade, é sólido na defesa. Porém, está sentindo o desgaste da maratona de jogos. Hoje, sentiu desconforto e cansaço, optando por não correr riscos. Por esse motivo, realizamos a substituição e precisamos avaliá-lo melhor amanhã. Acredito que não seja uma lesão grave, mas precisamos monitorar. Faz parte da rotina intensa de jogos desse nível. Com tantos confrontos fora de casa e viagens, é essencial fortalecer o elenco e ter jogadores preparados para eventualidades. Confiamos em nosso grupo e sabemos que é difícil ter vários jogadores do nível do Piton na mesma posição, por isso estamos trabalhando para desenvolver mais atletas”, explicou.
Opção por três volantes (Hugo, Sforza e Matheus)
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Para mim, a quantidade de volantes ou atacantes não determina se uma equipe se posicionará de forma defensiva ou ofensiva. Depende da organização da estrutura e de como você planeja o ataque. É possível jogar com quatro atacantes em um 4-2-4 e não finalizar uma jogada. Tudo se resume a como você controla a partida. Com os três volantes, buscamos manter a posse de bola e levar mais jogadores ao ataque. Não me prendo à posição do jogador, mas sim à função que ele exerce. Ele precisa saber defender, atacar, dar passes decisivos. O futebol é mais sobre função do que sobre posição. Ter três volantes não significa adotar postura defensiva, pelo contrário, queremos atacar, buscar gols”, ressaltou o treinador.
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Embora tenhamos oscilado, competimos bem. Não sofremos gols e nos defendemos com eficácia, contando com boas intervenções do Léo Jardim quando necessário, como esperado de um jogo eliminatório. É raro vencer por goleada, sem permitir que o adversário ameace sua meta, devido ao equilíbrio no futebol brasileiro. Em algumas situações, sofremos mais do que desejávamos, mas faz parte do jogo, ainda mais em mata-matas”, analisou.
Alcançando as quartas
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O que devemos destacar desta noite é a classificação, algo que não alcançávamos há nove anos. Estamos entre os oito melhores da Copa do Brasil e distantes da zona de rebaixamento no Brasileirão, embora não tão seguros quanto gostaríamos. A evolução no campeonato nacional é visível. Devemos enxergar esse contexto positivo e continuarmos a busca pelo crescimento dentro do grupo”, concluiu o técnico Paiva.
Fonte: ge