A saída da competição vai além do mero placar. Ela pode ser atribuída a decisões inadequadas tanto dentro quanto fora de campo ao longo do ano. O Vasco estava vencendo o Atlético por 1 a 0 até os 36 minutos do segundo tempo, mas a qualidade superior do time adversário contribuiu para a perda da vaga.
Confira abaixo cinco falhas que explicam a queda do Vasco na Copa do Brasil:
Formação do elenco pela 777
O primeiro erro ocorreu logo no começo da temporada, com a montagem do elenco para 2024. Sob a gestão da 777 Partners, a SAF não conseguiu suprir as necessidades do time. Foram 10 contratações e quase R$ 130 milhões investidos na primeira janela.
O time não foi montado com a ambição de conquistar o título da Copa do Brasil. Inicialmente, o objetivo da 777 era avançar até as oitavas de final. Faltou ousadia e clareza na contratação, pois com o valor investido, o Vasco poderia ter adquirido jogadores de maior qualidade.
Segunda janela sem zagueiro
O principal foco do Vasco na segunda janela era a contratação de um defensor. O clube teve quase dois meses para concretizar isso, mas não obtiveram sucesso. A diretoria negociou com vários nomes, mas não conseguiu trazer ninguém. Chegou a acertar verbalmente com o argentino Ian Glavinovich, mas a negociação não foi finalizada antes do fechamento da janela.
A defesa foi um dos grandes problemas da equipe durante a temporada. Maicon e Léo revezam a titularidade, mas não conseguem se firmar. Ambos cometeram erros cruciais que resultaram em resultados desfavoráveis para o Vasco.
Erros individuais no jogo de ida
A ausência de um zagueiro ajuda a entender os equívocos em campo na semifinal. Na partida de ida, realizada na Arena MRV, Léo falhou nos dois gols do Atlético-MG, que virou a partida. No primeiro, tentou dar um carrinho, mas não conseguiu desviar a bola de Paulinho, que acionou o lance do gol de empate atleticano. No segundo, ficou imóvel enquanto tentou cortar o cruzamento, sem perceber a antecipação de Paulinho.
A responsabilidade de Léo deve ser compartilhada com Puma Rodríguez. Ele era responsável por marcar Arana, autor do primeiro gol e que deu a assistência no segundo. O uruguaio foi improvisado na ponta direita nas duas partidas das semifinais.
Léo falhou nos dois gols sofridos pelo Vasco no jogo de ida — Foto: Gilson Lobo/AGIF
Falta de um substituto adequado para Adson
O Vasco perdeu seus dois jogadores de ponta titulares devido a lesões. Adson se machucou no final da janela, e a diretoria correu para encontrar um substituto para o ponta direita. O escolhido foi Maxime Dominguez, adquirido do Gil Vicente, de Portugal, por 2 milhões de euros (R$ 12,2 milhões).
O suíço foi anunciado no dia 9 de setembro e, desde então, só participou de dois jogos. Não foi considerado nas duas partidas contra o Atlético-MG, o que indica que a opção para substituir Adson não funcionou. O atacante, que passou por cirurgia na perna direita, fez falta ao time vascaíno.
Substituições no jogo da volta
Rafael Paiva acertou na estratégia para o jogo de volta, e o Vasco dominou o Atlético-MG em São Januário. Com uma defesa sólida, o time não permitiu que o adversário se impusesse. Contudo, as substituições no segundo tempo não deram certo.
Philippe Coutinho, visivelmente exausto e caminhando em campo, não foi substituído. Hugo Moura, que perseguiu Paulinho durante a partida, deu lugar a Sforza, que não tem a mesma intensidade na marcação. Rayan entrou na ponta esquerda, uma posição que não é a sua original, e Rossi foi acionado após três meses sem atuar e tendo sido considerado fora dos planos do clube.
Essas decisões, sem dúvida, resultam dos erros na montagem do elenco. No fim das contas, as opções ficaram limitadas para o Vasco. A realidade é que ninguém no banco poderia fazer uma grande diferença.
Fonte: ge