Vegetti desembarcou no Vasco no último momento da janela de transferências. Em apenas dois dias, balançou as redes pela primeira vez e assegurou o que, naquela ocasião, era somente a terceira vitória da equipe no Brasileiro. O “Pirata” rapidamente caiu nas graças da galera e se tornou uma das peças fundamentais na arrancada do time de São Januário contra o rebaixamento. Em uma conversa com o UOL, o camisa 99 comenta sobre a sua adaptação, a torcida cruz-maltina e a luta contra a degola.
– A galera do Vasco me surpreendeu logo no primeiro contato. Raramente presenciei uma torcida tão engajada e apaixonada pelo seu clube. Fazer parte desse ambiente me dá muita motivação ao entrar em campo – Vegetti.
Confira as declarações de Vegetti
Como tem sido a sua adaptação e a da sua família?
“A adaptação ocorreu de maneira tranquila. O Rio é uma cidade incrível, com uma população muito amistosa e acolhedora. Meses foram poucos, ainda estamos nos adaptando em alguns aspectos, mas de forma geral aconteceu sem grandes percalços. Moramos felizes aqui e eu atuo pelo Vasco.”
Diferentemente de muitos estrangeiros, você chegou e apresentou bons números rapidamente em sua primeira temporada. A que atribui isso?
“Sempre fui muito concentrado no trabalho e jamais recuei diante de desafios. Consciente da responsabilidade e da grandeza que é jogar em uma equipe como o Vasco. Fui extremamente bem recebido por todos, o que, sem dúvidas, contribuiu para a minha rápida integração e adaptação. Fico contente que as coisas tenham fluído naturalmente e que tenha conseguido me encaixar mesmo com a temporada em sua metade.”
O fato da galera do Vasco ter adotado o seu gesto de pirata e isso ter se transformado até em artigo de vestuário nos jogos em São Januário te pegou de surpresa?
“A torcida do Vasco me surpreendeu desde o primeiro contato. Raramente presenciei uma torcida tão engajada e apaixonada pelo seu clube. Fazer parte desse ambiente me dá muita motivação ao entrar em campo. Saber que o meu estilo e minha comemoração geraram empatia com o torcedor me alegra, assim como o carinho que recebo desde a minha chegada. A comemoração teve início no Belgrano, pois tem essa questão do pirata, que é uma característica do clube. Acabei repetindo aqui no Vasco, foi algo que pegou e a torcida aqui também adotou essa alcunha.”
Cano também foi um jogador pouco conhecido que chegou ao Brasil na mesma faixa etária que a sua. Ele é um cara que te inspira?
“Cano é um grande centroavante. Os números da carreira dele, especialmente nas temporadas aqui no Brasil, comprovam isso. É comum na América do Sul o jogador não ser reconhecido e acabar alcançando isso em outro país. É um jogador que merece todo o respeito, mas cada um tem o seu estilo. Tenho certeza que, mantendo este comprometimento, também vou deixar a minha marca no Vasco e no futebol brasileiro.”
Seu compatriota Orellano está enfrentando um pouco mais de dificuldade para se adaptar. O que você pode dizer sobre ele?
“O Orellano é um jovem em desenvolvimento. Eu também sou uma pessoa mais reservada, porém com mais experiência, o que me dá segurança nesta minha mudança para outro país. Existem jogadores que se adaptam mais rapidamente a essa realidade. Acredito que o Orellano é um atleta de grande potencial, que aprendeu bastante neste primeiro ano no Vasco. Sem dúvidas, vai contribuir mais para o elenco na próxima temporada.”
– É um grupo sem vaidades e muito unido. A prova disso é que essa união foi um dos fatores determinantes para a nossa permanência. Jamais deixamos de acreditar no potencial deste grupo – Vegetti.
Como é a sua relação com o Medel e os demais estrangeiros?
“A minha relação com todos os jogadores é excelente. Medel chegou praticamente junto comigo. A questão da cultura, por vezes do idioma, acaba reunindo sempre os estrangeiros em um primeiro momento. Mas todos os jogadores do Vasco nos acolhem.”
– O trabalho da nossa comissão técnica foi fantástico. Ramon é um profissional consagrado no mundo do futebol. E Emiliano, apesar da juventude, também é muito capaz. São profissionais preocupados com a parte técnica, porém também com o lado humano. Sempre nos transmitiram segurança e confiança. Nossa relação é a melhor possível. A permanência deles é importante – Vegetti.
Como foi a experiência de atuar em São Januário e no Maracanã?
“São dois estádios grandiosos. O Maracanã é icônico por todo o seu misticismo, pela história que representa para o Brasil. É uma emoção única poder jogar nesse palco. E São Januário é outro estádio com um simbolismo forte. A conexão que ele tem com o Vasco e sua torcida é sentida desde o momento que você pisa lá dentro. Um verdadeiro caldeirão. Então me sinto privilegiado por poder atuar nesses dois palcos durante a temporada.”
Você respondeu à provocação do Soteldo no jogo contra o Vasco…
“Não acredito que o que ele fez contra nós, estando em um momento delicado, tenha adicionado alguma coisa. Quando atingimos o objetivo, foi mais uma questão interna do grupo, relembrando o caminho que percorremos até chegar ali. Acabou tomando uma proporção maior do que realmente foi para o nosso grupo o que fizemos ali no campo. Porém, todos sabemos que o Soteldo é um grande jogador, um craque. Mas o nosso foco sempre foi o Vasco e estamos felizes que, no final, alcançamos o nosso objetivo.”
Fonte: Uol