Em uma coletiva realizada nesta terça-feira, o jogador falou sobre a pressão de atuar na equipe. Apesar de sua produtividade em campo, ele reconheceu as críticas da torcida, mas procura se proteger da pressão externa.
– “Críticas são parte do futebol, assim como de qualquer profissão. Não dou muita bola para isso, já ouvi até que era o melhor jogador do mundo, e não levo isso a sério. Mantenho uma mentalidade equilibrada. Respeito a opinião do torcedor e aceito as críticas, mas já tenho experiência suficiente para focar no que realmente importa, como treino e trabalho. Sou muito responsável e faço o possível para melhorar. Dentro de campo, dou o meu melhor. Converso muito com os mais jovens sobre como a percepção pode mudar rapidamente, passando de ídolo a vilão em um jogo. Por isso, digo que eles não devem se deixar influenciar – declarou.
Vegetti em coletiva no CT do Vasco — Foto: Tébaro Schmidt/ge
Recentemente, Vegetti recebeu críticas da torcida após a eliminação do Vasco para o Flamengo na semifinal do Carioca, onde não conseguiu repetir suas boas atuações.
No começo de abril, o Vasco volta a se preparar para uma competição internacional. Na última segunda-feira, foi realizado o sorteio que definiu os adversários da equipe na Sul-Americana, onde enfrentará Lanús (Argentina), Academia Puerto Cabello (Venezuela) e Mélgar (Peru).
– “É muito significativo para nós participar de um torneio internacional. É fundamental para o Vasco voltar a essa realidade, algo que sempre foi uma meta para mim, já que o clube não competia há algum tempo. O Vasco possui uma história rica em competições internacionais, e esse é um dos nossos objetivos principais – comentou.
– “Voltar a jogar na Argentina é sempre especial, mas sabemos que os times argentinos são muito competitivos. Portanto, precisamos nos preparar da melhor maneira. É mais um desafio com essa camisa e temos que agir com responsabilidade. Não podemos escolher os jogos, é vital tratar todos com a mesma seriedade. Estou comprometido em fazer o meu melhor em todos os jogos, independentemente do rival, e sempre buscar a vitória e marcar gols. No entanto, é preciso reconhecer que isso não é garantido. Estamos focados em uma boa preparação”.
Veja outros pontos abordados:
Conquistas no Vasco
– “Fazer parte da história de um clube tão grandioso como o Vasco é de grande importância. Eu me sinto à vontade em dizer que, na Copa do Brasil, deixei um pênalti para o Philippe cobrar, pois ele precisava retomar a confiança. Embora eu ame marcar gols, nesse momento, optei pelo melhor para o grupo. Estou tranquilo em relação a isso e sei que posso deixar uma marca no clube. Contudo, o que realmente contará é conquistarmos títulos coletivos. O Vasco está em uma fase de reconstrução e todos nós fazemos parte disso. Quando cheguei, o clube estava à beira do rebaixamento e conseguimos evitar isso, chegamos à semifinal do Carioca e à semifinal da Copa do Brasil, além de garantirmos uma vaga em competições internacionais. Eu entendo as expectativas da torcida, que já viu o Vasco conquistar muitos títulos, mas nossa realidade atual é diferente, e isso leva tempo. Eu gostaria de prometer conquistas, mas é necessário ser realista. Vamos trabalhar para mostrar nossa evolução em campo e conquistar uma taça durante minha passagem aqui”.
Falta de títulos
– “Esse não é um tema que discutimos abertamente. Sabemos que estamos em um clube de grande história, que conquistou muitos títulos, mas a realidade agora é outra e precisamos aceitá-la. Apesar de em alguns momentos carregarmos a pressão de uma seca de títulos, nosso foco deve ser trabalhar e evoluir. Fico surpreso com as inúmeras informações falsas que circulam sobre o clube e comentamos isso entre nós, jogadores. É desafiador lidar com isso. No fundo, estou consciente da responsabilidade que é jogar aqui e precisamos, acima de tudo, trabalhar duro”.
“Minha prioridade agora é a Copa Sul-Americana. Embora eu queira acreditar que seremos campeões da Copa do Brasil, não posso garantir isso; é preciso agir com responsabilidade. Estamos cientes de que são muitos jogos e precisamos estar preparados. A responsabilidade aumenta, e eu me comprometo a dar o meu máximo por esta camisa. Agradeço o carinho da torcida e busco retribuir em cada treino e cada partida”.
Artilharias
– “Espero deixar os torcedores felizes. Fui artilheiro da Copa do Brasil e do Carioca, somando 40 gols desde minha chegada ao Vasco. O único objetivo que tenho é fazer o torcedor feliz. Queremos conquistar títulos, mas é vital reconhecer a dificuldade. Estamos nos preparando para isso, quero sempre marcar gols e ajudar o time. Ganhar um troféu seria extremamente importante. Como capitão, sempre coloco o grupo à frente. E digo com sinceridade: o torcedor do Vasco merece ser feliz, eles que têm passado por tantas dificuldades. Apesar de ser um clube grande, com muitos títulos, estamos passando por um momento de reformulação. Não podemos prometer que seremos campeões em tudo, mas lutaremos para isso”.
Sobre Coutinho
– “Ele é um jogador de calibre superior, e temos que apoiá-lo. A transição dele do Catar tem sido desafiadora, e precisamos oferecer suporte, tanto nós jogadores quanto a comissão técnica e os médicos. Ele é extremamente dedicado e não se permite desanimar após uma partida ruim. Tem uma mentalidade forte e queremos ajudá-lo ao máximo”.
Críticas
– “Muitas pessoas falam ou escrevem sem saber o que se passa. A nossa profissão é linda e gratificante, mas também enfrenta desafios como esses. Precisamos continuar trabalhando. Cada partida com esta camisa exige total entrega e estou acostumado a isso. Em cada jogo, busco dar meu melhor. Quando as críticas aparecem, sigo firme no meu trabalho. A acolhida que recebi da torcida desde minha chegada tem sido muito boa e é isso que importa”.
Jogos na altitude
– “A logística é essencial no Brasil e deve ser bem planejada. Jogar na altitude é desafiador e sabemos que isso traz dificuldades. Precisamos nos adaptar e a equipe técnica trabalha para corrigir o que for necessário após cada jogo”.
“Eu me esforço para atender às expectativas do treinador e me sinto à vontade na área. Porém, busco sempre me ajustar ao que ele pede. Isso pode variar, pois, em alguns jogos, a estratégia muda, mas minha intenção é sempre a mesma”.
Queda de rendimento
– “A preparação física é fundamental e reconhecemos que a nossa pré-temporada foi curta por conta do Campeonato Carioca. Não temos uma fórmula mágica para isso, mas o descanso e a alimentação são cruciais. A comissão técnica está focada em uma preparação mais detalhada. O futebol já estabeleceu suas diretrizes, e os times se preparam de maneiras semelhantes. Não creio que o Flamengo faça algo muito distinto, mas é importante sempre buscar o melhor”.
Fonte: ge