Lídia Cruz, nadadora de 26 anos, tem mielomeningocele, uma má-formação na coluna que afeta seus membros inferiores. Na adolescência, ela sofreu uma lesão cerebral que também afetou os movimentos dos membros superiores. Lídia é campeã mundial no revezamento 4x50m livre em 2022 e conquistou seis medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.
Daniel Xavier Mendes, nadador de 22 anos, pratica natação desde jovem, mas não competia no cenário paralímpico até chegar ao Vasco da Gama aos 17 anos. Ele sofre de paraparesia espástica desde os 3 anos, uma doença que limita os movimentos de seus membros inferiores. Daniel já conquistou quatro medalhas nos últimos dois Mundiais, incluindo uma de ouro.
O terceiro representante vascaíno é Diogo Rebouças, de 40 anos. Devido a um acidente de moto, ele teve que amputar a perna direita abaixo do joelho em 2003. Três anos depois, Diogo começou a jogar vôlei sentado e se tornou capitão do clube e da seleção brasileira. Ele é tetracampeão nos Jogos Parapan-Americanos e conquistou a medalha de bronze em 2018 e 2022.
Lívia Prates, professora de natação e idealizadora do movimento paralímpico no Vasco, explicou que Lídia e Daniel foram formados nas categorias de base do clube, enquanto Diogo ingressou quando a modalidade de vôlei sentado foi criada no clube. Ela afirmou que ambos os nadadores têm potencial para conquistar medalhas em Paris-2024.
“Lídia e Daniel entraram no cenário paralímpico durante a iniciação esportiva no Vasco. Lídia foi introduzida através da escola e Daniel já passou diretamente para a equipe, mas nunca havia competido anteriormente. Acredito que ambos trarão medalhas para casa”, disse Lívia ao site Globoesporte.com. Ela também comentou sobre as perspectivas para Diogo:
“Diogo já era um atleta quando se juntou a nós, pois já competia na modalidade. Começamos a criar nossa equipe de vôlei paralímpico naquele momento. Ele é o capitão do Vasco e da seleção brasileira. Como o vôlei é um esporte coletivo, não podemos fazer uma previsão precisa, mas é uma modalidade na qual o Brasil sempre conquista medalhas.”
Lívia foi contratada pelo Vasco em 2004 como técnica de natação convencional. Ao conhecer o nadador Mauro Brasil, que nadava pelo clube e tinha uma deficiência, ela percebeu que ele era um dos melhores nadadores paralímpicos do mundo. Após conversar com a presidência do clube, propôs que o Vasco se registrasse no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para competir nos circuitos paralímpicos. A participação de Mauro nos Jogos Parapan-Americanos do Rio em 2007, onde conquistou medalhas e quebrou recordes, impulsionou o esporte paralímpico no Vasco.
Desde então, o clube sempre esteve presente nas Paralimpíadas e Parapans, e seus atletas têm conquistado medalhas e obtido bons resultados. A atual diretoria, liderada pelo presidente Pedrinho, conta pela primeira vez com um vice-presidente específico para o esporte paralímpico, Fábio Nogueira, o que mostra um avanço no tratamento do esporte paralímpico.
“As condições melhoraram muito em todos os esportes paralímpicos. Isso não se aplica apenas aos atletas que vão para Paris, mas também às crianças que frequentam a escola, aos bebês e aos pais que trazem seus filhos com deficiência desde tão cedo quanto um ano de idade”, concluiu Lívia.
Fonte: SportsM