O Vasco ingressou com uma petição no Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira, solicitando a liberação parcial de São Januário para a partida do próximo domingo, contra o Grêmio, pela 18ª rodada do Brasileirão. A bola rola às 16h (de Brasília).
O clube citou a decisão recente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que afrouxou a punição pela confusão ocorrida após a partida contra o Goiás, no fim de junho, e permitiu ao Vasco ter na arquibancada contra o Grêmio apenas mulheres, crianças e pessoas com deficiência. No entanto, por determinação em vigor do TJ, o time ainda não pode abrir os portões de São Januário.
A decisão do STJD dá ao Vasco a possibilidade de mandar seu jogo em qualquer outro estádio, mas o jurídico confia em reformar os efeitos da liminar para ter público (ainda que restrito) em São Januário.
“Portanto, em um juízo de proporcionalidade e razoabilidade, a fim de evitar maiores danos financeiros ao Vasco, ao passo que mantida a higidez das partidas de futebol, mostra-se sensata e adequada a decisão do que permite o acesso ao estádio de pessoas que não representam quaisquer riscos à segurança dos envolvidos e demais presentes”, diz um trecho da argumentação do Vasco no processo.
Desde a confusão na partida contra o Goiás, com objetos arremessados no gramado e confronto com a polícia, o Vasco teve três partidas como mandante: enfrentou o Cuiabá no Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador; e jogou contra Cruzeiro e Athletico em São Januário. Todas elas, sem a presença de público.
Na mesma petição, foi anexado o laudo de uma perita consultada pelo Vasco. Especialista em segurança de eventos esportivos, com experiência nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, Marina Tranchitella concluiu que o clube não teve culpa pelos episódios de violência ocorridos no dia 22 de junho, após a partida contra o Goiás.
Em um relatório de 17 páginas, ela informou que o Vasco cumpriu com todas as normas de segurança anteriores à realização da partida e também durante: segundo ela, a segurança interna foi reforçada na curva da arquibancada logo após o gol do Goiás, por exemplo.
“… é possível se verificar das imagens da câmera 6 (anexo 10), que a atuação da PM, com o lançamento de artefatos, deflagrou pânico nos torcedores, gerando deslocamentos desgovernados do público, agregando risco à situação já pré-existente e atingindo a todos indistintamente”, diz um trecho do laudo.
Na semana passada, o Ministério Público havia protocolado o depoimento do Tenente Coronel Vagner Ferreira Nascimento, comandante do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (BEPE). O policial citou “diversas tentativas de invasão” aos camarotes e definiu a postura de torcedores como “hostil e violenta”.
Ele reconheceu que um dos PM’s fez uso de arma de fogo para conter a multidão. Veja um trecho do relato:
“Em um dos acessos, especificamente o portão 5, os ataques transcorreram de forma tão agressiva que a equipe policial ficou encurralada por mais de 100 pessoas que investiram contra a integridade 5sica da equipe. A equipe, bravamente, resistiu as investidas valendo se de todos os equipamentos não letais disponíveis. Ocorre que, os materiais não letais foram esgotados e as ações ilegais permaneciam de forma crescente e avançando, aumentando ainda mais a intensidade dos ataques. Diante de tal cenário, um Policial do efetivo do BEPE, visando assegurar a sua integridade 5sica, dos companheiros da equipe e de alguns torcedores que se abrigavam das confusões naquele local, u(lizou-se do último meio disponível naquele momento, qual seja: sua arma de fogo, para efetuar disparos objetivando repelir e dispersar os ataques perpetrados contra eles. Os disparos realizados não foram direcionados a nenhuma pessoa e não houve nenhuma pessoa ferida pela ação do policial”.
Fonte: Globo Esporte
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