O Vasco da Gama SAF e o Club de Regatas Vasco da Gama divulgaram uma carta no último sábado em que expressam discordância em relação à decisão da Justiça do Rio de Janeiro de não permitir a entrada de mulheres, crianças e pessoas com deficiência em São Januário para o jogo contra o Grêmio neste domingo.
A direção do clube ressaltou a presença de atitudes elitistas e preconceituosas no processo que mantém o estádio fechado. É importante destacar que essa decisão veio após a derrota para o Goiás, quando houve tumulto e confronto entre torcedores e policiais.
O Vasco recentemente anexou uma carta da Associação de Moradores da Barreira, que reclamava dos prejuízos financeiros causados pelo fechamento do estádio na região. Além disso, apresentou relatórios de segurança e reafirmou que a Justiça deveria permitir o retorno dos torcedores às arquibancadas da Colina Histórica.
Vale lembrar que o clube carioca foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com a disputa de quatro jogos com portões fechados por causa dos incidentes. O último deles acontece justamente neste domingo, às 16h, contra o Grêmio, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, penúltima do primeiro turno.
“Desde que ocorreram os lamentáveis incidentes na partida Vasco x Goiás, em junho passado, o Estádio de São Januário e as comunidades próximas vêm sofrendo ataques preconceituosos e elitistas”, destacou o Vasco na carta oficial.
Leia na íntegra o comunicado do Vasco
O Vasco da Gama SAF e o Club de Regatas Vasco da Gama vêm a público manifestar sua desaprovação em relação à decisão da Justiça proferida ontem, dia 4/8, que mantém o Estádio de São Januário fechado para jogos com presença de público.
Ao não aceitar o recurso de permitir pelo menos a entrada de mulheres, crianças e pessoas com deficiência no jogo Vasco x Grêmio, que será disputado neste domingo, o Vasco da Gama se encontra em uma situação inaceitável e única: seu estádio é o primeiro no Brasil a ser impedido de realizar uma partida nessas condições (apenas com mulheres, crianças e pessoas com deficiência) e é o único clube da Série A atualmente com o estádio liberado pelo STJD e fechado pela Justiça Estadual, sem prazo de reabertura, mesmo com incidentes mais graves que ocorreram em outros estádios.
Desde que aconteceram os lamentáveis incidentes na partida Vasco x Goiás, em junho passado, o Estádio de São Januário e as comunidades próximas vêm sofrendo ataques preconceituosos e elitistas. É importante ressaltar que nosso estádio está localizado na Barreira do Vasco, próximo ao Morro do Tuiuti e à comunidade do Arará, e isso não gera violência nem insegurança para o público. Pelo contrário, é notável que a Barreira do Vasco oferece a melhor e mais autêntica atmosfera pré-jogo do Brasil, atraindo torcedores de todo o país.
Ao longo de sua quase centenária história, São Januário recebeu as partidas mais importantes do futebol brasileiro e sul-americano. Seu histórico de incidentes é igual ou menor do que a maioria dos estádios brasileiros. O último incidente grave ocorreu em 2017, há mais de 6 anos. Querer manter um dos estádios mais tradicionais do país fechado, que possui todas as licenças e autorizações exigidas pelo poder público, relatórios favoráveis de especialistas renomados e conta com todos os dispositivos necessários para garantir a segurança dos presentes, merece a reprovação de todos os desportistas e da sociedade.
Os danos, tanto esportivos quanto econômicos, impostos ao Vasco da Gama e às comunidades próximas são incalculáveis. Pedimos ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, com quem o Vasco da Gama sempre foi parceiro, que a presente interdição do Estádio de São Januário possa ser resolvida de forma rápida, em prol da justiça e da preservação dos direitos dos torcedores do Vasco da Gama e dos moradores das proximidades do estádio. O CRVG estará ao lado do Vasco da Gama SAF na busca de uma solução por meio dos meios legais e institucionais apropriados.
Fonte: Lance!
Escreva seu comentário