O clube, que já possui 30% e está no comando da SAF por meio de uma decisão judicial, aguarda esse investimento nos próximos dez dias. Caso não ocorra, ele poderá recomprar a parte da 777 por R$ 1 mil, de forma simbólica.
Se a A-Cap conseguir encontrar um comprador, isso impedirá a recuperação judicial do Vasco. Nesse cenário, o controle seria retomado pelo clube e a disputa nas cortas seria encerrada, uma vez que está suspensa durante o processo de mediação da Fundação Getúlio Vargas.
Se, por outro lado, a parte da 777 não for negociada, a A-Cap continuaria com seus 30% e o novo comprador não teria controle sobre a SAF, levando à retomada da arbitragem e a continuidade do trâmite.
A estratégia do Vasco é alegar inadimplemento antecipado, ou seja, que a 777 não estaria apta a realizar o aporte que deveria ter sido feito em setembro, e, portanto, o contrato deveria ser suspenso.
Com a decisão liminar favorável, o clube, dirigido por Pedrinho, ficou no controle da SAF. Caso a A-Cap não realize o investimento, a tese do Vasco se confirmaria e o clube recuperaria a maioria das ações.
Dessa forma, o Clube de Regatas Vasco da Gama ficaria com 70% das ações, enquanto a A-Cap manteria os 30% até a chegada de um novo interessado pela SAF.
Há uma expectativa de que novas propostas apareçam, mas a A-Cap afirmou que não deseja controlar o futebol e que não investirá mais recursos no negócio.
Se ocorrer uma negociação com terceiros, a seguradora não precisaria investir e ainda poderia vender seus direitos de controle, o que seria mais atrativo do que a situação que vivemos atualmente.
A lentidão na conclusão de um novo acordo sugere que as tratativas nesse modelo estão complicadas. O Vasco tem dialogado com o BTG para conseguir um empréstimo, mas não pretende abrir mão do controle da SAF.
Nesse cenário, o Vasco precisaria negociar 60% das ações para manter 10% em um novo acordo, enquanto a A-Cap continuaria com os mesmos 30%. Diante das dificuldades do clube e da 777, o risco pode afastar investimentos bons.
Fonte: Blog Diogo Dantas – O Globo