A controvérsia teve início em 2017, quando Portuguesa e Vasco assinaram um acordo que possibilitou a transferência de Nathan para o time de São Januário, após o jogador ter se destacado na Lusa. No acordo, ficou estabelecido que o clube da Ilha do Governador manteria 30% dos direitos do atleta. Essa informação foi corroborada pelo então gerente operacional de Futebol de Base do Vasco, Antônio Teixeira, que confirmou a parceria em uma entrevista ao DIA, destacando que “Nathan realmente veio da Portuguesa, e havia uma parceria entre Vasco e Portuguesa”.
Contudo, em 2021, a diretoria do Vasco negociou a venda do jovem jogador ao Boavista, de Portugal, por cerca de R$ 9,4 milhões. Após sua passagem pelo clube português, onde também foi transferido para o Santos em 2022, o Vasco teria recebido mais R$ 6,6 milhões. No mesmo ano, a Portuguesa levou a questão à Fifa, reivindicando os 30% desse montante.
Alexandre Campello, presidente do Vasco na época da assinatura do primeiro contrato profissional de Nathan, não reconheceu o pacto realizado na gestão anterior. Entretanto, a Portuguesa possui evidências de que o acordo foi formalizado em 2017.
“Este caso não é apenas uma disputa entre Portuguesa e Vasco. Ele representa algo maior. Trata-se da luta de um clube menor que teve um atleta ‘subtraído’ por um clube maior, o que é uma prática comum no futebol brasileiro. A A.A. Portuguesa possui documentos irrefutáveis que comprovam que Nathan era nosso e que havia uma parceria. Incluímos no processo um e-mail do Vasco mencionando ‘segue o contrato de parceria entre Vasco e Portuguesa do atleta Nathan’. Mesmo assim, o Vasco insiste em desmentir a parceria. É uma postura vergonhosa”, declarou Marcelo Barros, presidente da Portuguesa, ressaltando que o clube já gastou mais de R$ 20.000 em taxas processuais com a CBF.
“O Vasco adquiriu nosso jogador, não honrou o acordado e, ainda assim, recebeu grandes quantias pela venda do atleta, que foi transferido primeiro para um clube português e depois para dois clubes brasileiros. Isso é extremamente injusto. Porém, confiamos que a CBF fará a coisa certa”, completou Marcelo Barros.
A Dra. Renata Mansur, advogada especializada em Direito Esportivo e representante da Portuguesa-RJ no caso, acredita que as provas coletadas pela diretoria da Lusa são robustas, tornando a situação desfavorável para o Vasco.
“As evidências que temos contra o Vasco são incontestáveis. Temos um contrato elaborado pelo departamento jurídico do Vasco que garante à Portuguesa 30% dos valores recebidos em caso de venda ou empréstimo do atleta Nathan Santos. Esse documento foi enviado à Portuguesa por um responsável dos contratos da base do Vasco, em papel timbrado e pelo e-mail oficial do clube. Além disso, há diversas testemunhas corroborando o acordo, tanto do lado do Vasco quanto do lado da Portuguesa. Não há espaço para questionamentos”, assegurou Renata.
A sentença sobre este caso deve ser divulgada no dia 31 de março pela CNRD da CBF e, segundo estimativas de um contador contratado pela Portuguesa, os valores a serem recebidos já ultrapassam R$ 6 milhões, considerando as devidas correções.
Fonte: O Dia