Em mais uma matéria especial em comemoração aos 25 anos da conquista da Libertadores de 1998, o Site Oficial do Vasco vai contar um pouco da trajetória do capitão daquele time: Mauro Galvão. O defensor iniciou sua carreira no Internacional e passou por Bangu, Botafogo, Lugano (SUI) e Grêmio antes de chegar em São Januário. Com 36 anos e sob desconfiança, Galvão foi uma aposta da diretoria e do técnico Antônio Lopes e deu muito certo.
Apesar de ser o jogador mais experiente do elenco, levou um ano para Mauro Galvão assumir a braçadeira de capitão. Quando ingressou, em 97, o jogador que ostentava a faixa era Edmundo. Ídolo da torcida e destaque do time na conquista do Brasileirão daquele ano, o Animal deixou o Vasco após o tricampeonato nacional e Antônio Lopes não teve dúvida em escolher o seu representante dentro de campo: Mauro Galvão.
Em entrevista ao Site Oficial, Mauro Galvão destaca que o mais importante naquela conquista foi a manutenção do elenco vencedor do Brasileirão no ano anterior. As únicas alterações ocorreram no ataque, com as saídas de Edmundo e Evair, e as chegadas de Donizete e Luizão. Outros nomes, como o lateral-direito Vitor e o meio-campista Vágner, também chegaram ao clube e foram peças importantes.
PARCERIA DESTACADA NA DEFESA
Quem imaginava que, quando contratados, Mauro Galvão e Odvan se tornariam uma das melhores duplas de zaga na história do Vasco, provavelmente seria considerado muito otimista. Enquanto o primeiro chegou ao clube na reta final de sua carreira, o segundo foi contratado junto ao Americano, de Campos. Enquanto Galvão se destacava pela técnica e leitura de jogo, Odvan se diferenciava pela força e vigor físico. Os dois se complementavam em campo, conforme afirmou o Capitão América:
“São situações que acontecem no futebol. O Odvan tinha uma característica bem definida. Era muito forte e bom na bola aérea. Tinha ótima recuperação. Estava no auge físico, com 23 anos. Ele soube se adaptar e não sentiu a mudança. Sempre ouviu nossas orientações, sempre soube entender o que pedíamos. E foi um indivíduo com atitude positiva, o que é essencial no futebol. Fez por merecer essa história e formamos uma dupla vitoriosa. Ficou marcado. A torcida do Vasco sempre me lembra”
ADMINISTRAÇÃO DE PROBLEMAS COM LOPES
Capitão do time, Mauro Galvão exercia um papel além das quatro linhas. Em dois casos especiais, foi ele quem intermediou com o técnico Antônio Lopes e assumiu a responsabilidade de defender os colegas Donizete e Valber, que tiveram problemas com o treinador, mas acabaram sendo fundamentais em momentos importantes da competição.
“Poucas pessoas se lembram, mas começamos mal na competição. Perdemos para o Grêmio e o Chivas, empatamos com o América e voltamos muito pressionados para os três jogos no Rio de Janeiro. Donizete e Luizão estavam se adaptando ao estilo de Lopes, que pedia para eles voltarem e marcarem. Eles estavam mais agitados, não tinham marcado nos primeiros jogos. Donizete demorou mais para aceitar, mas quando conseguimos duas vitórias e garantimos a classificação, eles passaram a entender a importância das orientações de Lopes”
VALBER: RELACIONADO, AJUDOU A SEGURAR O CRUZEIRO
Nas oitavas de final, o Vasco enfrentou um desafio difícil naquela Libertadores. A equipe cruzmaltina teve pela frente o Cruzeiro, então o atual campeão da competição. Uma semana antes do primeiro jogo, quatro titulares saíram machucados da vitória por 3 a 0 sobre o Friburguense, em Nova Friburgo. Eles eram: Luisinho, com afundamento no crânio; Juninho, com torção no tornozelo; Ramon, com lesão no joelho; e Luizão, com oito pontos na boca depois de uma cotovelada. Os três primeiros ficaram fora do confronto contra o time celeste.
Em São Januário, com Luizão de volta, o Vasco venceu por 2 a 1, com gols de Luizão e Donizete. Para o jogo de volta, mesmo com muitos desfalques, Lopes não queria incluir Valber entre os relacionados. O jogador havia faltado a um treino na semana e irritado o treinador. O supervisor Isaías Tinoco conversou com o “Delegado” e ajudou a convencê-lo junto com Mauro Galvão.
“Valber era um jogador que, quando entrava em campo, fazia a diferença. O grupo era muito bom, mas não era perfeito. Lopes cobrava disciplina e tentava resolver os problemas, mas muitas vezes precisávamos intervir. Isso é normal, o treinador precisa ser exigente. Eu, como líder, assumia essa responsabilidade junto com Germano, Luisinho, e nos comprometíamos. Valber nos ajudou muito nesses dois jogos”
Valber viajou e jogou no meio-campo ao lado de Nasa, Juninho Pernambucano e Vágner. A zaga, formada por Alex Pinho e Mauro Galvão, também foi fundamental para o Vasco segurar o 0 a 0 e garantir a vaga nas quartas de final.
APOIO DA TORCIDA
“Recebo carinho dos torcedores do Vasco em todos os lugares por onde passo. Seja no Rio de Janeiro, seja no Brasil, sempre sou bem tratado e isso me faz pensar que todo o sacrifício valeu a pena. A torcida do Vasco é fantástica. Foram anos maravilhosos”, disse.
Fonte: Site Oficial do Vasco