Para triunfar sobre o Internacional na noite de domingo, no estádio Beira-Rio, e conquistar seus primeiros pontos fora de casa nesta temporada do Campeonato Brasileiro, o Vasco teve que ativar o modo “saber sofrer”. A equipe liderada por Rafael Paiva conseguiu resistir à pressão colorada, aproveitou as oportunidades e retornou ao Rio de Janeiro com a vitória garantida.
O Vasco entrou em campo com 14 pontos na tabela, todos conquistados em São Januário. Com diversos desfalques, incluindo cinco titulares (Maicon, Lucas Piton, Hugo Moura, Payet e David), a equipe precisou se virar com opções limitadas e contar com a jovem garotada – tudo isso diante de um Internacional empolgado por retornar ao seu lar depois de mais de 70 dias.
No início, o Internacional dominou completamente. Sob o comando do técnico Eduardo Coudet, a equipe pressionou desde os primeiros minutos. “O Internacional foi muito superior a nós no primeiro tempo”, admitiu Paiva em entrevista coletiva após a partida, destacando os méritos do adversário.
O Internacional foi para o intervalo com 60% de posse de bola e sete finalizações, contra apenas duas do Vasco. O jogo se configurava como ataque contra defesa.
Neste período, Léo Jardim não realizou defesas espetaculares, mas o goleiro vascaíno foi amplamente exigido e demonstrou segurança para manter o placar zerado. A equipe apostava em saídas curtas, porém raramente conseguia atacar. Sforza, substituto do suspenso Hugo Moura, teve uma atuação muito abaixo do esperado, não ajudando na criação de jogadas e na proteção da defesa.
O Vasco só conseguiu incomodar o Internacional em duas ocasiões: aos 11 minutos, com uma jogada pela esquerda que culminou em um cruzamento de Rossi e finalização sem sucesso de Adson; e aos 38, em um contra-ataque que JP avançou até a área, mas foi bloqueado na hora do chute.
Vasco cresce e triunfa
No segundo tempo, o Vasco retornou com apenas uma alteração: Lyncon entrou no lugar de Rojas, que se envolveu em um choque de cabeça com Renê. Contudo, a mudança mais significativa foi na postura. Conforme o Internacional diminuía a intensidade na marcação, a equipe vascaína passou a dominar mais o jogo e se segurar a posse de bola.
Mesmo assim, o Vasco precisou suportar mais pressão e viu Alan Patrick e Hyoran acertarem a trave de Léo Jardim. No entanto, aos 15 minutos, a persistência deu frutos quando Adson aproveitou um vacilo de Robert Renan, driblou Fernando e finalizou com precisão, ampliando o placar.
Posteriormente, em um escanteio pela direita, Vegetti desviou de cabeça na primeira trave, Fabrício fez uma defesa estranha e Lyncon cabeceou para marcar o segundo gol. Se o Internacional não conseguiu aproveitar o domínio em todo o primeiro tempo, o Vasco marcou dois gols em 11 minutos e encaminhou a vitória, evidenciando o mérito da equipe liderada por Rafael Paiva.
A partir de então, os visitantes buscaram segurar o resultado. Os laterais Paulo Henrique e Leandrinho tiveram atuações sólidas, porém Mateus Carvalho se destacou com seis desarmes, sendo o principal ladrão de bolas da partida.
O Internacional descontou com Bustos, em um lance em que faltou poder de decisão ao zagueiro Léo: ele aparentava ter o controle da situação, mas permitiu que o lateral-direito avançasse e finalizasse. Nos acréscimos, Robert Renan ainda acertou a trave, ilustrando que o bom desempenho também pode contar com a sorte.
Com 17 pontos, o Vasco se distanciou da zona de rebaixamento, alcançando a 13ª posição na tabela. A situação atual permite sonhar com objetivos mais ambiciosos ao longo da competição.
“Precisamos conquistar o maior número de pontos possível para nos distanciarmos ainda mais da zona de rebaixamento e, quem sabe, almejar uma vaga na Libertadores ou na Sul-Americana”, afirmou Rafael Paiva, mantendo os pés no chão.
Fonte: ge