Em 18 de outubro, São Januário presenciou um dos jogos mais acirrados desta edição do Brasileirão. Vasco e Fortaleza travaram um duelo intenso, com jogadas rápidas e atletas se entregando fisicamente em alto nível. O Vasco venceu por 1 a 0 (gol de Payet) e deu mais um passo rumo à permanência na Série A, objetivo que busca concretizar hoje contra o Bragantino, também em São Januário, às 21h30, na última rodada do campeonato. Esta partida certamente exigirá intensidade em um momento físico desafiador.
A missão do Vasco é simples em teoria: vencer o Bragantino, que está apenas cumprindo tabela, para garantir a permanência na Série A. Além disso, uma vitória do Atlético-MG sobre o Bahia, na Fonte Nova, também garante a permanência. Os ingressos para o jogo estão esgotados.
O Bragantino é destacado pela intensidade e vigor físico. Com uma média de idade de 23,8 anos, é o time mais jovem do campeonato, à frente do Vasco, cuja média aumentou para 25,8 anos na segunda janela de transferências.
O time de Pedro Caixinha também se destaca pela rotatividade. O vice-artilheiro da temporada no Brasileirão, o uruguaio Thiago Borbas, por exemplo, não é titular absoluto, iniciando apenas 10 dos 32 jogos que disputou.
Essa variedade de opções fica evidente ao comparar os números: o Bragantino tem 25 atletas que jogaram mais de 900 minutos desde o início do ano, enquanto o Vasco tem 20. São abordagens de elenco distintas para times que vivem momentos diferentes.
Último esforço
Nesta noite, Ramón Díaz precisará de um esforço final de um elenco que já demonstrou alta intensidade física, como no jogo contra o Fortaleza, mas que agora começa a sentir o peso disso.
Contra o Grêmio, na rodada passada, o time teve ímpeto para segurar o tricolor por quase todo o primeiro tempo, mas claramente não conseguiu manter o ritmo ao buscar o ataque. Era evidente que Gabriel Pec era um dos poucos que chegava com energia para atacar. Vegetti, o jogador mais avançado, também aparecia dentro da área.
O time enfrenta dificuldades com o desgaste de Paulinho, uma de suas referências técnicas e motor do meio de campo neste segundo semestre. O meia vem atuando no sacrifício, com uma lesão no ombro direito. Outro jogador que não está 100% mas deve jogar é o zagueiro Medel, capitão da equipe e titular desde que chegou, mas com um edema na coxa direita.
— Ele (Paulinho) é um jogador importante e temos alguns problemas nessa posição. Ele está fazendo um esforço enorme para jogar — comentou Ramón Díaz após a derrota para o Corinthians, valorizando também o esforço de Medel.
As dificuldades destacadas pelo treinador refletem no grupo em geral. Reformulado no segundo semestre após um início desastroso, o elenco do Vasco não teve tempo ou espaço para se desenvolver como um grupo coeso. Agora, concentra-se em um núcleo de 17 jogadores neste fim de campeonato, com lacunas evidentes. Por exemplo, não há jogadores com as mesmas características de Vegetti e Paulinho entre os reservas imediatos, que têm sua importância, e por isso os dois foram alguns dos que mais atuaram nos últimos meses, com uma média de 80 minutos em 20 jogos.
R$ 1 milhão por Praxedes
O mesmo se aplica à posição de primeiro volante, dominada por Zé Gabriel e com Medel como principal reserva, mesmo sendo mais à vontade atuando como zagueiro. Nas laterais, a comissão técnica ajudou a recuperar Puma e Paulo Henrique, mas na esquerda, Piton reina absoluto como o jogador que mais atuou pelo Vasco na temporada, sendo um dos destaques. O reserva Jefferson nunca entrou em campo.
O pedido do treinador para ter Praxedes em campo, sob multa de R$ 1 milhão por ser emprestado pelo Bragantino, é resultado desse desequilíbrio no elenco. Porém, se tem algo constantemente ressaltado por Ramón Díaz, é a entrega que ajudou o grupo a chegar até aqui com a chance de evitar o rebaixamento:
— Tenho muita confiança na equipe, na entrega. Isso não se vê muito frequentemente — elogiou após o jogo contra o Grêmio.
Fonte: Extra