O desenrolar dos fatos
A pressão interna no Palmeiras motivou a não continuidade das negociações de Lamacchia em relação aos direitos de nome. Sua esposa, Leila Pereira, atual presidente do clube, que busca a reeleição, enfrenta acusações de conflito de interesses relacionadas a uma possível aquisição de partes da SAF do Vasco. Tanto o empresário quanto o time carioca negam ter mantido conversas sobre a compra da Sociedade Anônima de Futebol.
O presidente do Vasco, Pedrinho, tem mantido diálogos com um fundo árabe, especialmente intensificados após a obtenção de uma liminar que devolveu o controle da SAF das mãos da 777 Partners.
Interesses árabes já haviam sido manifestados anteriormente em relação ao Vasco. Contudo, a avaliação era de que a 777 Partners não estava disposta a negociar, o que havia afastado o fundo anteriormente. O cenário, no entanto, sofreu alterações com a nova configuração da SAF e a disposição dos americanos em vender sua parte na Sociedade Anônima de Futebol.
Recentemente, o Vasco também foi procurado pelo BTG Pactual e pela XP em nome de outros fundos. Ambas as empresas são especializadas em transações envolvendo SAF no Brasil e frequentemente concluem negociações desse tipo em vários clubes no país. No entanto, o fundo árabe está liderando as negociações com o time carioca.
Por sua vez, a 777 Partners está sendo firme. Não no sentido de recusar a venda, mas em relação aos valores solicitados. A empresa norte-americana considera que valorizou a SAF do Vasco após a aquisição durante a Série B e sua subsequente ascensão, resultando também em um aumento nas receitas.
Estima-se que a holding esteja considerando uma proposta de cerca de R$ 1 bilhão para a venda, sendo R$ 600 milhões referentes aos 31% já adquiridos e mais R$ 400 milhões relativos aos 40% que o Vasco recuperou com a liminar.
A 777 acredita que, revogando a liminar, terá mais vantagens para lucrar com a venda da SAF, uma vez que assumirá o controle dos 40% restantes a serem pagos, correspondentes a R$ 400 milhões.
Reunião de Lamacchia com a 777
Lamacchia chegou a se encontrar com representantes da 777 Partners, sendo Josh Wander o porta-voz dos americanos nessa ocasião. A reunião ocorreu durante a última visita de Wander ao Brasil, dois dias antes do início do Campeonato Brasileiro, em abril. Wander, por sinal, não permaneceu para assistir à vitória do Vasco sobre o Grêmio, por 2 a 1, em São Januário.
O encontro teve o intuito de avaliar a possibilidade de aquisição da SAF. Na ocasião, Wander demonstrou abertura para negociação e valores foram discutidos. Contudo, questões jurídicas complicadas levaram as negociações a não avançarem, levando o empresário brasileiro a reconsiderar o investimento nos direitos de nomeação de São Januário.
A situação se torna ainda mais complexa devido à saída recente de Josh Wander, que se reuniu com Lamacchia, e Steve Pasko de seus cargos na 777 Partners. Ambos são sócios-fundadores da empresa e tomaram essa decisão em meio a processos de fraude que a holding enfrenta globalmente.
Essas mudanças têm impacto na SAF do Vasco, tendo em vista que tanto Wander quanto Pasko fazem parte do conselho de Administração da Sociedade Anônima, juntamente com outros três representantes indicados pela 777, além do presidente associativo, Pedrinho, e seu vice, Paulo César Salomão.
A renúncia desses membros resultou em ações judiciais por parte do Vasco contra a empresa, que alega que a saída deles viola o contrato da SAF.
Enfrentando uma crise, a 777 Partners contratou uma empresa especializada em falências. Na Bélgica, seus ativos foram bloqueados devido a dívidas com o Standard Liége, que também está sob a carteira de clubes da empresa.
O principal objetivo do Vasco nessa ação é evitar a situação vivenciada pelo Standard Liége. Além disso, o clube busca se precaver para não ser utilizado como moeda de troca em caso de falência da 777.
Fonte: UOL