O time do Vasco escolheu a advogada Ana Tereza Basílio como árbitra para atuar na Arbitragem na FGV. Já os americanos indicaram o advogado Maurício Almeida Prado. Ambos têm um prazo de 10 dias para aceitarem participar da mediação entre o clube de São Januário e o fundo norte-americano.
O processo está em uma etapa inicial de uma disputa arbitral que se prevê ser longa, podendo durar mais de um ano. Caso os indicados não recusem as nomeações, por eventuais impedimentos, eles ainda terão que escolher em consenso um terceiro árbitro. Se não houver acordo, a presidência da câmara de arbitragem da FGV fará a indicação do terceiro árbitro.
No processo de arbitragem, o Vasco busca a rescisão do contrato de investimento e do acordo de acionistas com a 777 Partners, enquanto os americanos buscam a retomada do controle e do contrato assinado em 2022. Além disso, há divergências nos valores atribuídos à causa na Arbitragem da FGV. O clube de São Januário avaliou a causa em R$ 1 milhão, enquanto a 777 atribuiu o valor de R$ 700 milhões, o mesmo montante do contrato original de investimento no futebol da SAF vascaína.
Conhecendo os indicados
Ana Tereza Basilio é natural do Rio de Janeiro, formada pela Cândido Mendes e fundou seu próprio escritório de advocacia em 2009. Possui em seu currículo uma passagem de cinco anos como juíza do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE-RJ) e a presidência da Câmara de Mediação e Arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil, no Rio de Janeiro, entre dezembro de 2004 e dezembro de 2006.
Já Maurício Almeida Prado, paulista formado pela Universidade de São Paulo, tem mais de 18 anos de experiência em arbitragem nacional e internacional. Até dezembro de 2020, liderou a área de arbitragem do escritório L.O. Baptista em mais de 380 casos. Atua no direito empresarial há 30 anos e, desde janeiro de 2021, segue carreira solo, concentrando suas atividades como árbitro em mais de 120 casos.
Enquanto a arbitragem se movimenta, Vasco e 777 aguardam a definição da data para julgamento em plenário no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro da liminar obtida pelo clube, que suspendeu os efeitos do contrato de acionistas com a 777 e retirou os poderes políticos dos americanos na SAF vascaína.
Nesta terça-feira, o Vasco apresentou novos argumentos em resposta ao agravo interno da 777 na 4ª Vara Empresarial do TJ do Rio. Os advogados do clube anexaram o laudo pericial preliminar assinado pela empresa SwotGlobal, que identificou indícios de “gestão temerária” na SAF vascaína e questionou os pagamentos “inconsistentes” ao ex-presidente Jorge Salgado. As partes esperam que na próxima semana seja marcada a data para o julgamento da liminar em plenário, que envolverá três desembargadores para analisar o mérito da disputa societária.
Venda em um horizonte distante
A 777 Partners mantém sua posição, afirmando que cumpriu o contrato de acionistas, o qual prevê o pagamento de R$ 700 milhões em aportes, entre outras obrigações contestadas pelo Vasco. A empresa declara que havia mecanismos previstos para tratar eventuais inadimplências futuras, visando proteger o clube.
Ambos os lados mantêm contatos esporádicos por meio de representantes, porém estão longe de chegar a um acordo sobre a venda das ações da 777 Partners. Apesar da concordância de que a venda seria uma solução pacífica, os termos dessa negociação ainda estão distantes devido à manutenção, por parte da 777, do valor estabelecido para uma eventual saída – ou seja, US$ 120 milhões (aproximadamente R$ 600 milhões) a serem pagos a curto prazo. Além disso, há o compromisso de assumir o restante do contrato.
O Vasco segue em busca de possíveis investidores no mercado, contando com assessorias de empresas. Houve uma segunda conversa com o empresário José Roberto Lamacchia, dono da Crefisa, para uma possível nova tentativa de investimento, porém o marido de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, descartou a proposta.
Fonte: ge