Durante a coletiva de segunda-feira, Pedrinho e Marcelo Sant’Anna debateram possíveis contratações de jogadores e técnicos do exterior. O diretor esportivo comentou que, ao assumir, o Vasco estava com a vista voltada para o futebol lá de fora, mas acredita que a estratégia em 2025 deve mudar para trazer atletas que tragam resultados imediatos:
— Quando cheguei, o Vasco tinha um foco em jogadores internacionais, tanto que temos nove estrangeiros no elenco. Isso não significa que não vamos trazer mais gringos, pois não temos problemas com isso, mas precisamos de atletas que proporcionem retorno rápido ou que sejam financeiramente mais vantajosos; caso contrário, é melhor investir em talentos do mercado nacional, pois é mais fácil negociar com os clubes, persuadir jogadores e utilizar a nossa própria base.
Na era da SAF sob controle da 777, contratações como Orellano e Capasso ficaram abaixo das expectativas. Sforza, um dos principais reforços de 2024, também ainda não se firmou como titular. Já sob a gestão de Pedrinho, as chegadas de Jean David e Maxime não tiveram impacto imediato. A diretoria do Vasco reafirma que é hora de mudar a estratégia para o próximo ano.
Capasso em ação no treino do Vasco — Foto: Daniel Ramalho / CRVG
Além das dificuldades de adaptação e das experiências frustrantes com apostas, o Vasco avalia o mercado internacional como inflacionado nos preços de transferências, mesmo que normalmente os salários sejam mais baixos.
O clube possui uma lista com atletas que são do interesse para 2025. Já foram feitos contatos com alguns nomes, incluindo Isidro Pitta, destaque do Cuiabá. O paraguaio viveu três temporadas no Brasil e já se adaptou bem. Porém, a equipe do jogador acredita que uma transferência para o exterior é uma chance mais provável.
Outros atletas atraem a atenção, como Lucas Barbosa, atacante emprestado do Santos ao Juventude. O Vasco não vai descartar contratações do exterior, mas adotará uma abordagem mais rigorosa em relação às apostas.
Lucas Barbosa é o artilheiro do Juventude na temporada — Foto: Fernando Alves/E.C Juventude
E a busca por treinadores?
Com a saída de Rafael Paiva, o Vasco começa a explorar as opções do mercado para o cargo de treinador na temporada de 2025. Embora já existam alguns nomes em consideração, o clube está sendo cauteloso ao considerar uma possível contratação internacional para a função.
O ge noticiou na segunda-feira que Gustavo Quinteros, Hernán Crespo e Pedro Caixinha foram sondados — os dois últimos têm experiência no futebol brasileiro, enquanto o primeiro comanda o Vélez Sarsfield, um dos líderes do Campeonato Argentino. Essas consultas estão em fase inicial e ainda não houve proposta formal para nenhum dos nomes.
Crespo já comandou o São Paulo e está livre no mercado — Foto: Divulgação/saopaulofc.net
Pedrinho reconhece que encontrar um nome que se adeque ao que a diretoria tem em mente, e que se encaixe no orçamento do Vasco, será um grande desafio:
– É complicado encontrar, dentro do que acredito acerca de futebol, o que existe no mercado e o que se encaixa dentro do nosso orçamento. Não sei se vou conseguir achar um treinador que jogue da maneira que imagino que o Vasco merece e que se ajuste ao que temos em termos financeiros. Temos alguns perfis em mente e esperamos que tudo encaixe como desejamos.
O ge apurou que o Vasco também deve dar preferência a técnicos brasileiros ou que já tenham um bom conhecimento do nosso futebol. Um dos principais motivos é garantir uma comunicação eficiente com todo o elenco. Internamente, existe a avaliação de que, durante o período de Ramón Díaz, uma divisão foi criada entre jogadores brasileiros e estrangeiros, o que prejudicou a evolução do time.
Com Rafael Paiva, essa separação foi rompida em um primeiro momento, mas ao final do trabalho do treinador, a “panelinha dos gringos” ressurgiu, embora não de forma institucional como com Ramón, mas de maneira natural, segundo quem vive o cotidiano do clube.
Além da facilidade de comunicação, o Vasco vê o mercado de técnicos internacionais como inflacionado neste momento. Em campo, a direção busca dois pontos principais: 1) treinadores que não sejam presos a apenas um esquema; e 2) que valorizem a base. Para o clube, a inclusão dos jovens talentos é fundamental.
Cuca, atualmente sem clube, é um nome que agrada a todos. Fernando Diniz, que está no Cruzeiro, é um sonho antigo de Pedrinho, mas o Vasco compreende que precisaria ter um elenco que se adequasse ao estilo de jogo do treinador. Além disso, esses nomes podem ultrapassar o limite do orçamento.
Fonte: ge