No torneio, o Vasco finalizou 70 vezes em cinco rodadas, uma média de 14 chutes por jogo — que é a sexta maior do Brasileirão. No entanto, o índice de eficácia nas finalizações e conversões em gols tem sido muito aquém do ideal.
Conforme dados do Espião Estatístico*, apesar de ser o sexto time com mais finalizações, o Vasco possui o quarto pior aproveitamento, visto que apenas 5,71% de suas tentativas resultaram em gols.
Por partida:
- 13 finalizações contra o Grêmio (três certeiras)
- 11 finalizações contra o Bragantino (quatro certeiras)
- 20 finalizações contra o Fluminense (cinco certeiras)
- 20 finalizações contra o Criciúma (cinco certeiras)
- 6 finalizações contra o Athletico (uma certeira)
De acordo com a estatística xG, que avalia a probabilidade de uma jogada resultar em gol, o Vasco é a equipe menos eficiente do Brasileirão. O time “deveria ter marcado” dois gols a mais e sofrido 4,5 gols a menos nas primeiras cinco rodadas. A tabela de pontos esperados mostra que o Vasco gerou o suficiente para conquistar 7,1 pontos, porém só conquistou 3 até o momento. Consulte a metodologia ao final da matéria.
A título de exemplo: se em cobranças de pênalti, 75% das vezes resultam em gol, um pênalti tem uma probabilidade de 0,75 de resultar em gol de acordo com o xG.
Problema de longa data
Pode-se afirmar que a questão da eficiência na finalização é recorrente. No ano passado, quando o Vasco lutava contra o rebaixamento até a última rodada, a tarefa poderia ter sido mais simples se a equipe tivesse sido mais eficaz. Na tabela de “Expected Points”, levando em consideração o xG (gols esperados), o time terminou em 12º lugar por ter marcado cinco gols a menos do que o esperado.
Depois de uma semana sem compromissos para treinamentos, o Vasco encara o Vitória no domingo, às 18h30, em São Januário. O confronto é válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro e tem uma importância significativa para ambas as equipes, que se encontram na zona de rebaixamento da competição após cinco rodadas.
Metodologia
O indicador de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG) é uma métrica amplamente utilizada na análise de dados, considerando mais de 84 mil finalizações registradas pelo Espião Estatístico em mais de 3,3 mil partidas do Brasileirão desde 2013. São levados em consideração aspectos como a distância e o ângulo do chute em relação ao gol, parte do corpo utilizada na finalização, se o chute foi feito de primeira ou com domínio de bola, se foi executado com a perna dominante ou não, além da origem da jogada (cruzamento, falta direta, recuperação de posse, etc). Também são considerados o valor de mercado das equipes em cada temporada conforme dados do Transfermarkt, a temperatura do jogo e a diferença no placar no momento da finalização.
Por exemplo, de cada cem finalizações da meia-lua, apenas sete resultam em gol. Assim, considerando somente a distância do arremate, uma finalização da meia-lua possui uma expectativa de gol (xG) de aproximadamente 0,07. Cada zona do campo tem uma expectativa distinta de converter uma finalização em gol, sendo maior em contra-ataques devido à menor presença de defensores para evitar o arremate. O valor é atribuído e somado para calcular o xG total de uma equipe em cada partida.
Fonte: ge