Naquela ocasião, a transferência de Coutinho para a Internazionale foi alvo de críticas por parte dos vascaínos, resultando em controvérsias entre dois ícones da história do clube – cada um com sua versão dos fatos.
O anúncio da venda de Philippe Coutinho para a Internazionale ocorreu em julho de 2008, logo no início do mandato de Roberto Dinamite como presidente do Vasco. Entretanto, na época, o presidente informou que a negociação já havia sido acertada por Eurico Miranda, antecessor no cargo.
O montante da transferência de Coutinho, então com 16 anos e considerado uma grande promessa, foi alvo de críticas por parte dos torcedores, já que o meia foi negociado por € 3,8 milhões (equivalente a R$ 9,5 milhões na época e R$ 23,2 milhões em valores ajustados pela inflação).
Segundo levantamento da Trivela, o Vasco obteve mais receita com as subsequentes transferências de Coutinho na Europa do que com a venda para a Inter.
Na época, Roberto Dinamite, presidente do Vasco até 2014 e falecido no início de 2023, esclareceu que a negociação foi herança da gestão anterior:
– A negociação já estava fechada. Não tínhamos margem de manobra. O pai dele já havia assinado um contrato. A única alternativa que tivemos foi garantir sua permanência por mais dois anos. Ou seja, até completar 18 anos – declarou Roberto Dinamite ao Uol.
– Resta-nos torcer para que Coutinho se torne de fato um grande jogador. Vamos buscar mudar essa situação. Não é correto. Um jogador tão jovem não deveria ser transferido dessa maneira. O Vasco foi utilizado de forma inadequada. Porém, isso vai mudar – afirmou o ídolo do clube em 2008.
Eurico Miranda mencionou ‘oferta irresistível’
Na ocasião, após os comentários de Roberto Dinamite, Eurico Miranda confirmou ter conduzido a negociação, mesmo relutando em aceitar a proposta. O ex-presidente justificou que não havia alternativa e citou o desejo da família e dos representantes de Philippe Coutinho.
– Philippe recebeu uma investida do Real Madrid, mas rejeitei todas as abordagens. Posteriormente, fui procurado com uma proposta concreta da Internazionale e recusei também – afirmou Eurico Miranda ao Uol.
– O impasse residia no fato de ser uma oferta incontestável. Não havia escapatória. O pai e o empresário do jogador já haviam acertado tudo. Restou a nós tentar resguardar o Vasco. Como éramos amadores, poderíamos até não receber nada. Mas conseguimos garantir sua permanência por dois anos, com salários pagos pela Inter, e o Vasco ainda receberá quase R$ 10 milhões – complementou o ex-mandatário do clube.
Para Eurico Miranda, no final das contas, a venda de Coutinho foi benéfica para o Vasco.
– Foi uma negociação realizada de forma discreta e, infelizmente, veio a público. Todavia, resultou em algo altamente vantajoso para o Vasco. Era um desfecho inevitável. Não havia o que fazer, então concretizei o acordo – afirmou Eurico.
Coutinho teve brevíssima passagem pelo time principal do Vasco
Transferido precocemente, ainda nas categorias de base, Philippe Coutinho permaneceu no Vasco até meados de 2010, quando se transferiu para a Internazionale ao completar 18 anos.
O meio-campista estreou na equipe principal do clube no início de 2009, totalizando apenas 43 jogos e cinco gols marcados. Ele contribuiu para a conquista do título da Série B em 2009.
Coutinho próximo de ser oficializado como jogador do Vasco
Agora, 14 anos após sua saída e após dois meses de tratativas, Coutinho está prestes a ter seu retorno confirmado pelo Vasco. Nesta terça-feira (9), os últimos detalhes contratuais foram acertados e o jogador deverá ser anúnciado em breve como reforço do Cruz-Maltino.
Coutinho, vinculado ao Aston Villa, da Inglaterra, assinará um contrato de empréstimo válido até meados de 2025, com opção de renovação ou compra por parte do Vasco.
Fonte: Trivela