Em 2013, um confronto entre os clubes, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano, resultou em um tumulto generalizado na Arena Joinville, com diversas pessoas machucadas. Entre as vítimas, um torcedor da equipe paranaense, que foi agredido com um soco durante a confusão e desmaiou. Enquanto estava inconsciente, um integrante da torcida vascaína o atacou com pisões e pontapés.
O incidente ocorrido há mais de uma década em Joinville teve desfecho na condenação de Naohiro. Na época dos acontecimentos, ele foi acusado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) por tentativa de homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil e emprego de recurso que impediu a defesa da vítima.
Recordando a situação
De acordo com a denúncia apresentada pelo MP-SC, em 8 de dezembro de 2013, durante o jogo de futebol entre os clubes Athletico Paranaense – denominado Atlético Paranaense na época – e Vasco da Gama, ocorreu uma briga generalizada nas arquibancadas entre os torcedores das duas equipes. Os ânimos se exaltaram e a briga física teve início.
Segundo o documento, durante a confusão, um torcedor do Athletico foi atingido com um soco no rosto, caindo desacordado entre as fileiras das arquibancadas. Naohiro, ao perceber a situação da vítima, que estava caída e sem reação, se aproximou e desferiu um pisão em sua nuca na intenção de causar danos graves.
A denúncia descreve ainda que, mesmo com a chegada da Polícia Militar ao estádio para separar os torcedores, Naohiro prosseguiu agredindo a vítima, que permanecia imóvel. A morte só não se concretizou devido à intervenção policial, que disparou tiros de borracha na direção do acusado, cessando as agressões contra a vítima, que foi removida do local.
A sentença
O promotor de Justiça Marcelo Sebastião Netto de Campos, responsável pela 23ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville, afirmou que “a tentativa de homicídio foi motivada por uma razão fútil, marcada pela simples divergência e intolerância em relação aos torcedores do time adversário”. Ele argumentou que o acusado agrediu violentamente a vítima quando esta estava caída e desacordada, incapaz de se defender.
Os jurados aceitaram as argumentações do Ministério Público e a pena foi estabelecida em quatro anos, dez meses e cinco dias de reclusão em regime fechado. O réu prestou depoimento e acompanhou o julgamento por videoconferência, pois cumpre pena no Rio de Janeiro por crime cometido em 2019. A decisão pode ser contestada, porém, o réu não terá o direito de recorrer em liberdade.
Condenação por outros delitos
Em 2019, Naohiro de Lira Tamura, juntamente a outros dois seguidores do Vasco da Gama, foi sentenciado a 18 anos de reclusão pela morte de um torcedor flamenguista de 24 anos. O crime ocorreu em outubro de 2017, após um confronto entre as duas torcidas organizadas em Tenente Jardim, Niterói (RJ), horas antes do início da partida.
Fonte: O Município