Alexandre Mattos, atual diretor de futebol do Athlético-PR, parece que será o escolhido para substituir Paulo Bracks, demitido nesta quinta-feira (7) por não atingir as metas estabelecidas pela 777 Partners para o primeiro ano da gestão da Vasco SAF. Os acionistas majoritários acharam que o desempenho esportivo ficou aquém do esperado, considerando o investimento de R$ 116 milhões em reforços, e agora estão em busca de um profissional com atitude mais ousada. E, sinceramente, até faz sentido.
A luta para se manter na Série A foi emocionante, com momentos dramáticos, como na vitória por 2 a 1 sobre o Bragantino, mas a realidade é que o ano do Vasco ficou aquém das expectativas. Quase todo mundo concorda que, com o montante gasto em contratações e vendas de jogadores, o clube deveria, no mínimo, ter garantido uma vaga na Sul-Americana. Isso não aconteceu devido a escolhas erradas e demoras na tomada de decisões por parte da diretoria.
Dentre os equívocos, destaco a demora de 18 dias para contratar um novo treinador após a saída de Maurício Barbieri. Bracks optou por William Batista como interino nos jogos contra Cuiabá, Botafogo e Cruzeiro, enquanto não avançava nas negociações com técnicos como Paulo Pezzolano, Rogério Ceni e Gustavo Alfaro. Até que finalmente acertaram com Ramón Díaz. Além disso, a eliminação precoce na Copa do Brasil, sendo derrotado pelo ABC, que acabou rebaixado para a Série C, também pesou.
No modelo empresarial, o cumprimento das metas estabelecidas no planejamento estratégico é o que determina a avaliação dos executivos. E Paulo Bracks não se saiu bem na execução do projeto. A decisão de demiti-lo não foi tomada de uma hora para outra. Da mesma forma, não vai demorar para o CEO da Vasco SAF, Lucio Barbosa, anunciar o substituto. A expectativa é fechar o acordo com Mattos na próxima semana.
A saída de Bracks revela a dificuldade do Vasco em estabelecer um projeto esportivo eficaz e com a identidade do clube. Desde 2013, 15 profissionais passaram pela diretoria de futebol. A maioria não tinha a estatura necessária para gerenciar um departamento tão importante de uma instituição, historicamente vitoriosa, apesar das dívidas, mas detentora de quatro títulos brasileiros, dois sul-americanos e com uma gigantesca torcida espalhada pelo mundo, com mais de 20 milhões de seguidores.
Em 2013, tivemos Renê Simões, Ricardo Gomes e Cristiano Koeller. No ano seguinte, Rodrigo Caetano retornou ao cargo que havia deixado em 2011, e em 2015, Paulo Angioni assumiu a posição novamente em São Januário. Durante os Jogos Olímpicos do Rio, apostaram em Isaías Tinoco, e em 2017 a pasta ficou sob a responsabilidade de Anderson Barros, agora no Palmeiras.
Em 2018, o cargo foi ocupado por três profissionais (Paulo Pelaipe, Newton Drummond e Alexandre Faria) e no ano seguinte foi a vez de André Mazzuco, até que Jorge Salgado “inventou” o advogado paulista Alexandre Pássaro como gestor de futebol. Como resultado, o clube foi rebaixado e não conseguiu retornar à Série A.
A missão então foi dada a Carlos Brazil. Ele, mesmo enfrentando dificuldades financeiras, mas com conhecimento na área, montou um time com jogadores experientes que conseguiu o acesso à primeira divisão. Alguns desses jogadores poderiam ter sido melhor aproveitados no começo deste ano. Entretanto, Paulo Bracks, o 15º da lista, optou pela quantidade na hora de reformular o elenco, em vez de priorizar a qualidade. Um erro que só pôde ser corrigido, ainda que em parte, na janela de transferências do meio do ano.
Enfim… o Vasco não estará na Série B em 2024 graças ao argentino Ramón Díaz, um dos poucos acertos de Bracks, que salvou o ano dos torcedores que há mais de uma década suportam o clube…
Fonte: Blog Futebol, coisa & tal