A comemoração do aniversário de Dinamite com os jovens fãs foi destacada na edição número 80, de maio daquele ano. O evento incluiu até uma promoção para selecionar 50 crianças, realizada pelo programa Bate-Bola, da Rádio Nacional.
O Jornal relata a chegada emocionante de Dinamite com sua esposa e filhos ao restaurante: “(…) ficou evidente que seria praticamente impossível controlar os torcedores mirins que queriam se aproximar de Roberto, todos ao mesmo tempo…”
Quase todas as crianças vestiam a camisa 10 do Vasco, homenageando o grande ídolo, que dedicou autógrafos até em guardanapos. O jogador se emocionou com a reação das crianças, descrita pelo jornal como “bastante genuína, sem qualquer intenção promocional”.
No desfecho da festa, Roberto cortou o bolo decorado com uma camisa do Vasco e o número 10, distribuindo as fatias às crianças. Ele ainda fez questão de presentear cada uma das 100 crianças presentes, demonstrando o carinho especial que sempre teve por elas.
A volta de Dinamite ao Vasco
As edições do Jornal do Vasco frequentemente reservavam espaço para exaltar seu maior ídolo e goleador. Especialmente em momentos marcantes, como no retorno de Roberto Dinamite ao Vasco em 1980, após uma passagem discreta pelo Barcelona.
O primeiro jogo de Dinamite no Maracanã foi amplamente divulgado, com destaque para a reação da atriz Sônia Braga ao saber da volta do craque: “Casaca, casaca, casaca. Foi assim que Sônia Braga reagiu ao tomar conhecimento que Roberto Dinamite era novamente jogador do Vasco da Gama”.
A capa do jornal anunciou a data da estreia, em 4 de maio contra o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro (o jogador marcaria os cinco gols da vitória por 5 a 2). E informou aos torcedores para guardarem o ingresso, pois haveria um sorteio da camisa de Dinamite.
O texto ainda relembrou a recepção calorosa da torcida vascaína ao jogador na volta ao Rio, com o aeroporto internacional lotado de fãs. “O nosso Dinamite” foi carregado nos ombros.
“O mais importante era que ele estava de volta. Foi assim: Desde as cinco horas, vários carros começaram a estacionar. E a chegada estava marcada para as 6h40”, relata o jornal sobre a movimentação dos torcedores, continuando:
“Da expectativa, os vascaínos passaram para a animação (…) A tristeza de sua partida já era história. A saudade de seus gols já estava no passado, pois todos tinham a certeza de que, agora, tudo voltaria ao normal”.
Dinamite mal teve tempo de cumprimentar os familiares, diante da recepção calorosa: “Naquele momento, ele pertencia somente à torcida que o amava, idolatrava e precisava demonstrar isso”.
Campanha pela convocação de Dinamite para a Copa de 1982
Em outro momento marcante da carreira de Roberto Dinamite, o Jornal do Vasco trouxe à tona a luta do ídolo para voltar à seleção brasileira. Fora das convocações de Telê Santana por três anos, o atacante buscava retomar seu bom futebol, almejando uma chance de integrar o time que disputaria a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.
Na edição de outubro de 1981, o jornal apoiou abertamente a campanha dos vascaínos contra a decisão de Telê de deixar o jogador de fora das convocações.
“É seleção, é seleção. O coro da torcida vascaína – empolgada com os três gols de Roberto – não foi ouvido por Telê Santana no dia 27, no Maracanã, pois ele viajou para a Austrália horas antes para acompanhar o Mundial de Juniores”.
O texto ainda expressou a insatisfação do Vasco pela ausência de Roberto nas convocações de Telê, que começava a se transformar em indignação.
“Nunca critiquei ninguém por não ter sido chamado para a Seleção (…) Acredito que Telê quer ter várias opções para o ataque e, por isso, está observando diversos jogadores. Resta-me apenas aguardar os desdobramentos”, declarou o atacante na época.
Até mesmo um “levantamento extra-oficial realizado no Vasco” indicou que o ídolo já contabilizava 459 gols marcados “desde sua chegada ao clube como amador, em 1970”. E questionou:
“O que mais é necessário para merecer uma vaga na Seleção? Disciplina? Dedicação nos treinos? Profissionalismo? Disciplinado, dedicado e responsável, Roberto sempre foi.”
Comemoração pela convocação do atacante para a Seleção
No mês seguinte, o clima era de alegria, com o retorno triunfal de Dinamite à seleção brasileira. Após marcar um gol na vitória por 3 a 0 num amistoso contra a Bulgária, a capa proclamou: “Dinamite agora é o titular da camisa 9”.
O conteúdo resumiu os três anos de trajetória de Dinamite, desde as dificuldades no Barcelona, o retorno ao Vasco, a ausência nas convocações e uma cirurgia de apêndice, até sua recuperação no segundo turno do Campeonato Carioca de 1981.
E ainda revelou os bastidores do dia em que o ídolo retornou à Seleção. De acordo com o relato, ele estava tenso na concentração do Vasco, num hotel em Niterói, antes do confronto contra o Madureira.
“Era visível toda a tensão e ansiedade que o atacante do Vasco carregava em seu semblante. Não é para menos, o amistoso contra a Bulgária seria o último do ano de 1981 e serviria essencialmente para definir os 22 convocados que integrariam a delegação brasileira rumo à Espanha no próximo ano”.
E conclui com o sorriso radiante de Dinamite ao ter seu nome anunciado: “A expressão de felicidade em seu rosto denunciava a realização de um sonho que ele nunca considerou impossível”.
Fonte: O Dia