O sofrimento acabou. Com o triunfo sobre o Bragantino nesta quarta-feira, na última rodada do Brasileirão, o Vasco atingiu 45 pontos, terminou em 15º lugar e evitou o descenso. Uma situação que parecia improvável antes da chegada de Ramón Díaz ao clube.
Sob o comando do técnico argentino, o Vasco apresentou melhorias significativas em seu desempenho em campo, revertendo a situação no campeonato e conquistando os pontos necessários para permanecer na Série A, após o pior início de sua história.
Apesar das recentes derrotas (principalmente para o Corinthians, em São Januário) e do fato de o Vasco ter evitado o Z-4 por conta de outros resultados, os números por si só evidenciam a reação. Quando Ramón assumiu, a situação era desoladora: o time havia perdido oito dos nove jogos anteriores e estava na penúltima colocação, somando apenas nove pontos.
Em 25 jogos, o técnico conquistou 10 vitórias, seis empates e oito derrotas, totalizando 36 dos 72 pontos possíveis, resultando em um aproveitamento de 50%.
Comparando o desempenho no primeiro e segundo turno, o Vasco avançou de 28,1% para mais de 50%, mostrando um desempenho digno de brigar por vaga na Libertadores. Somente o Atlético-MG de Felipão teve uma ascensão maior neste período.
A entrada de reforços
O trabalho de Ramón Díaz foi fundamental para a evasão do rebaixamento, contudo, as contratações durante a temporada também contribuíram para mudar o curso do clube no campeonato. Na mesma janela, chegaram atletas como Medel, Maicon, Paulinho e Vegetti, formando a espinha dorsal do time titular.
O Vasco trouxe nove jogadores, em sua maioria para o setor ofensivo. Payet foi a grande surpresa e, apesar de não ser considerado titular absoluto, marcou dois gols decisivos (nas vitórias sobre Fortaleza e América-MG) e teve papel fundamental na campanha.
Identificando a falta de maturidade como um dos problemas na primeira metade do campeonato, o clube buscou atletas com mais experiência. Medel chegou e em pouco tempo já ostentava a braçadeira de capitão, por exemplo.
Também houve uma alteração no papel de artilheiro da equipe. Contratado com grande expectativa no início do ano, Pedro Raul chegou ao segundo semestre com a imagem prejudicada por gols desperdiçados e pênaltis perdidos. Ele foi vendido ao Toluca, do México. Para seu lugar, o Vasco trouxe Pablo Vegetti, que se adaptou rapidamente ao clube e marcou 10 gols em 21 jogos.
Ramón incendiou o ambiente
A trajetória de recuperação teve como destaque o desempenho em casa. No primeiro turno, o time enfrentou dificuldades em fazer valer o fator casa. Em nove jogos, obteve duas vitórias, um empate e seis derrotas – aproveitamento de 25,9%.
Já no segundo turno, o desempenho em casa foi fundamental para o Vasco. Em 10 jogos como mandante, foram sete vitórias, um empate e duas derrotas, alcançando um aproveitamento de 73,3%. O apoio da torcida foi crucial, com todos os ingressos esgotados. E Ramón soube tirar proveito disso, ressaltando em todas as entrevistas a importância do torcedor vascaíno em sua missão.
Injeção de confiança
Dizem no clube que uma das habilidades de Ramón Díaz é administrar bem o elenco e transmitir confiança aos jogadores. Em julho, o treinador encontrou-se pessoalmente com Praxedes no Rio de Janeiro. O volante tinha pouco espaço no Bragantino e foi convencido por Ramón a se transferir para o Vasco, onde se tornou peça-chave.
No entanto, talvez o melhor exemplo dessa característica do treinador seja Zé Gabriel.
O volante estava esquecido no Vasco antes da chegada do técnico argentino – ele chegou a ficar mais de 100 dias sem ser relacionado para uma partida sequer. Ramón e seu filho Emiliano Díaz chegaram, identificaram a carência de um primeiro volante e resgataram o futebol de Zé Gabriel, que disputou 27 partidas neste Brasileirão, sendo titular em 25.
Fonte: ge