O Vasco abriu o placar contra o Cruzeiro aos 14 minutos do primeiro tempo, e parecia que poderia repetir o bom desempenho que teve com Ramón Díaz no Campeonato Brasileiro. No entanto, o jogo no Mineirão tomou outro rumo. O empate em 2 a 2 acabou sendo um resultado justo para o time carioca, que conseguiu uma vantagem de três pontos sobre o Z-4.
– Os torcedores devem ficar felizes com o resultado, pois continuamos lutando. Este é um dos campeonatos mais difíceis em que participei nos últimos anos. Continuamos na briga, precisamos melhorar taticamente, mas a torcida deve se orgulhar – afirmou Ramón Díaz após a partida.
Com a pausa de dez dias entre o jogo contra o América-MG e a partida contra o Cruzeiro, esperava-se que o Vasco se mostrasse mais organizado no Mineirão do que na última partida em São Januário. No entanto, a equipe acabou frustrando as expectativas. Enfrentando um adversário teoricamente inferior, o time de Ramón Díaz encontrou dificuldades no meio-campo.
O trio Zé Gabriel-Paulinho-Praxedes, que já teve bons momentos com Ramón, mais uma vez decepcionou. Não conseguiu marcar nem criar jogadas. A queda de desempenho nesse setor é preocupante.
Pode-se dizer que o Vasco jogou bem apenas nos primeiros 15 minutos do primeiro tempo. Apesar de não ter se destacado muito, conseguiu espaço e buscou o ataque no início da partida. O gol de Puma, em um belo chute do lateral-direito que foi o destaque da equipe na partida, foi o grande momento do primeiro tempo.
O Vasco não conseguiu manter o mesmo desempenho durante o resto do jogo. Mesmo estando à frente no placar, parecia que controlaria as ações e exploraria os contra-ataques, porém não foi isso o que aconteceu. Ao invés disso, recuou após ter espaço para atacar pelo lado direito. Cedeu muito espaço para o Cruzeiro. A sorte foi que o adversário não soube aproveitar.
O principal defeito da equipe de Ramón foi ser passiva demais. O Vasco apenas assistiu o Cruzeiro jogar, não pressionou e não conseguiu imprimir velocidade ao jogo. Além disso, deixou a defesa muito desprotegida. A equipe mineira conseguiu chegar algumas vezes, sem ameaçar o gol de Léo Jardim, mas quando teve oportunidades, foi eficiente e contou com falhas dos cariocas para virar o jogo em 12 minutos.
Destaque negativo para Rossi, que se envolveu em confusão durante o primeiro tempo. Em um jogo sem torcida no Mineirão, essa atitude não foi apropriada. Uma discussão com Paulo Autuori, técnico do Cruzeiro, resultou em um minuto adicional no primeiro tempo. Durante esse minuto, o atacante cometeu um pênalti infantil ao tocar a bola com a mão, o que permitiu ao Cruzeiro assumir a liderança. Nas duas oportunidades de finalização, o time da casa marcou dois gols.
Substituições trazem nova perspectiva para o Vasco
Ramón Díaz claramente não estava satisfeito com o que viu no primeiro tempo. Tanto que, aos 23 minutos do segundo tempo, já havia esgotado as cinco substituições. O treinador desempenhou um papel fundamental na melhora do Vasco, começando por uma mudança tática. Pec, que iniciou o jogo pelo lado esquerdo, foi movido para a direita após a saída de Rossi. Nessa posição, o atacante se destacou mais e participou mais ativamente do jogo.
Outras três substituições fizeram a diferença para o Vasco: as entradas de Jair, Payet e Sebastián. Jair dominou o meio-campo, mesmo com a saída de Zé Gabriel. Ele ocupou bem os espaços e fez o que Paulinho e Praxedes não conseguiram no primeiro tempo. O time passou a ter mais fluidez e os atacantes tiveram mais participação. Vegetti criou problemas pelo alto e obrigou Rafael Cabral a fazer uma grande defesa aos 14 minutos do segundo tempo.
A mudança de postura beneficiou o Vasco, que viu o Cruzeiro se retrair no jogo. Payet ocupou o lado esquerdo, o que trouxe Piton para a partida. Foi do camisa 10 que saiu o escanteio que resultou no empate do Vasco aos 31 minutos. No entanto, o grande mérito foi de Sebastián, que cabeceou conscientemente para o meio, onde Gabriel Pec estava para igualar o placar.
No entanto, o centroavante paraguaio acabou cometendo um erro aos 42 minutos. Após um bom cruzamento de Piton e com a defesa do Cruzeiro batida, Sebastián cabeceou para fora estando completamente sozinho. Foi um gol perdido, mas sua contribuição para a melhora do time ainda é digna de reconhecimento.
A atuação do Vasco no primeiro tempo e as circunstâncias do jogo tornam o empate fora de casa um bom resultado para a equipe de Ramón Díaz. Poderia ter sido melhor, mas também poderia ter sido pior, considerando a chance inacreditável que o Cruzeiro desperdiçou aos 48 minutos, com Wesley.
Ramón busca soluções
O Vasco está invicto nos últimos cinco jogos, com três vitórias e dois empates. Esses resultados ajudam na busca pela permanência na Série A, mas as performances estão preocupantes. Nas últimas partidas, apenas contra o Botafogo o time teve um bom desempenho. Os dois últimos jogos, contra América e Cruzeiro, acendem o alerta, e Ramón precisa encontrar soluções antes do próximo confronto contra o Athletico-PR.
Primeiramente, no meio-campo. Praxedes teve duas atuações ruins e Jair, que pede espaço no time, estará suspenso. O ataque também se tornou um problema: além do fraco desempenho no primeiro tempo, Rossi foi expulso na etapa final, quando já estava no banco de reservas. Com Orellano e Erick Marcus lesionados, Ramón terá dois dias para resolver essa questão, já que o Vasco enfrenta o Athletico neste sábado, às 19h30, na Arena da Baixada. O elenco viaja nesta quinta-feira para Curitiba.
Fonte: ge
Escreva seu comentário