Segundo informações iniciais dos portais UOL e GE, posteriormente confirmadas pela ESPN, logo após o termino do jogo, Ramón Díaz e seu filho e auxiliar, Emiliano, manifestaram ao gerente de futebol do Vasco, Clauber Rocha, o desejo de deixar o comando da equipe.
A cúpula do clube interpretou a manifestação como um pedido de demissão, o que evitaria o pagamento da multa rescisória. Sendo assim, a solicitação dos Díaz foi prontamente aceita. No entanto, a ESPN apurou que a reação da diretoria pegou de surpresa pai e filho, que esperavam certa resistência por parte do clube.
Apesar de alguns jogadores experientes como Vegetti e Medel terem tentado dissuadi-los da decisão no vestiário de São Januário, o Vasco já havia anunciado nas redes sociais que a dupla estava fora do comando.
Após tomando conhecimento da divulgação, os Díaz solicitaram um pronunciamento de despedida aos torcedores por meio do departamento de comunicação do clube.
Em paralelo, foi acionado o CEO da SAF, Lúcio Barbosa, para alinhar a possível interação da família Diaz com a imprensa. Inicialmente, foi informado que não haveria coletiva, porém, minutos depois, a família decidiu se pronunciar, sem que o conteúdo fosse revelado.
Foi aí que Ramón e Emiliano destacaram que foram “demitidos pelo Twitter”. Emiliano demonstrou insatisfação com a forma como tudo ocorreu: “Não gostei da forma que acabou, achei que merecíamos mais respeito e não ser demitidos pelo Twitter, porque fizemos muito pelo Vasco. Futebol é assim”, criticou.
Agora, segundo apuração da ESPN, o departamento jurídico do Vasco buscará testemunhas no vestiário para comprovar que não houve um pedido de demissão por parte dos Díaz, evitando assim o pagamento da multa rescisória prevista no contrato até o final de 2025.
Desgaste ao longo do tempo
Além do possível desfecho judicial, é fundamental destacar os episódios que deterioraram a relação entre a família Díaz e o Vasco desde dezembro do ano passado.
Fontes indicam que o Vasco já cogitava a saída de Ramón Díaz, independentemente de um pedido explícito de demissão.
A saída de Paulo Bracks, com quem a família Díaz mantinha boa relação na diretoria, foi o ponto inicial de conflito. A renovação de contrato, acordada verbalmente, acabou sendo formalizada semanas depois.
Durante a pré-temporada, o diretor-executivo Alexandre Mattos compartilhou com a dupla as dificuldades na contratação de jogadores solicitados, devido à burocracia da gestão. Em uma reunião, Mattos chegou a alertar Ramón sobre a falta de competitividade do time para 2024.
Após declarações misóginas de Ramón Díaz contra a árbitra Dayane Muniz, o clube emitiu uma nota de repúdio, refletindo o incômodo institucional.
Antes da partida contra o Criciúma, a exposição pública de Ramón sobre a demanda da 777 por maior uso de jogadores da base agravou a relação entre a empresa e a comissão técnica.
O desgaste acumulado culminou na situação que se desencadeou no último sábado em São Januário. Agora, a justiça será responsável por decidir sobre a multa rescisória, cujo valor mantido em sigilo é superior a R$ 15 milhões.
Fonte: ESPN