Apenas com a venda do trio, o Palmeiras pode embolsar R$ 870 milhões, contanto que todas as cláusulas contratuais sejam cumpridas. Em 2022, a meta traçada pela diretoria palmeirense era arrecadar 1 bilhão com cinco jogadores — o trio, além de outros dois que ainda vestem a camisa do Verdão: Fellipe Jack e Thalys.
– Se não alcançarmos pelo menos 200 milhões de euros com esses meninos da base sub-17, podem me dispensar porque seríamos incompetentes – disparou o coordenador da base, João Paulo Sampaio, na época, ao ge.
Essas cinco estrelas foram treinadas por Rafael Paiva, um dos nomes mais promissores do futebol brasileiro. Antes de assumir o Vasco, onde vem realizando um trabalho excelente no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, o treinador foi um verdadeiro campeão na base palmeirense.
Em uma entrevista exclusiva, Rafael Paiva relembrou os jogadores que teve sob sua tutela nas divisões de base do Palmeiras, São Paulo e Vasco. Confira a reportagem na íntegra no vídeo acima.
— Sempre tive a sorte de trabalhar em um futebol de base que obteve muito sucesso. Além de Endrick, Estevão, Luis Guilherme e Vitor Reis no Palmeiras, também tive a oportunidade de acompanhar o Beraldo no São Paulo, que foi para o PSG. Entre muitos outros… Militão… Pablo Maia, Marquinhos, que está no Fluminense. Tive o privilégio de treinar atletas que começaram suas carreiras de maneira brilhante. Só isso já facilita a inserção deles no mercado.
Com essa geração dourada alviverde, o Palmeiras conquistou dois títulos do Brasileirão Sub-17 e duas Copas do Brasil, superando o Vasco nas duas ocasiões — em 2022 na final e em 2023 na semifinal.
Rafael Paiva, na época comandante do Palmeiras, contra o Vasco em São Januário — Foto: Adriano Fontes/CBFNa partida de ida da final da Copa do Brasil Sub-17 de 2022, o Palmeiras derrotou o Vasco por 4 a 1. No jogo de volta, em uma partida eletrizante, o Vasco venceu por 4 a 2, mas o Verdão ficou com o título no somatório. Dos seis gols que o Alviverde fez, quatro foram anotados por Endrick.
Rafael Paiva no Palmeiras (sub-17)
- 90 partidas
- 71 vitórias
- 9 empates
- 10 derrotas
- 82,2% de aproveitamento
- 329 gols marcados
- 82 gols sofridos
- Títulos: Paulista, Brasileiro (2), Copa do Brasil (2) e Supercopa do Brasil (2)
Após sua brilhante passagem pelo Palmeiras, Rafael Paiva retornou ao Vasco, onde já havia dirigido o Sub-17 do clube, para assumir o Sub-20. Depois da saída de Ramón Díaz, o técnico ganhou suas primeiras chances no profissional, mas realmente se firmou após a demissão de Álvaro Pacheco, sendo efetivado devido aos bons resultados.
— No Vasco, eu vejo talentos incríveis. Ter trabalhado com jogadores que se destacaram me dá confiança para lançar esses novos talentos que vejo no Vasco. O que eles precisam é de oportunidades. O resultado de um jogo pode variar por N razões — disse Rafael Paiva, que acrescentou:
— Conheço muito bem o Estrella, o Rayan desde os 15 anos, o GB, o Leandrinho… e vários outros. O Lyncon, que entrou contra o Inter e fez o gol. Temos o Luiz Gustavo, um zagueiro canhoto com um enorme potencial, e logo, logo ele vai despontar. Estou muito tranquilo para escalar esses meninos.
Leandrinho, Estrella e JP, do Vasco, na partida contra o São Paulo — Foto: Leandro Amorim / CRVG
Um dos principais legados do trabalho de Paiva no Vasco é a valorização dos jogadores da base. Como ele já tinha um histórico com os atletas, a adaptação entre eles e o treinador foi rápida e eficaz no profissional.
— Para mim, está sendo muito mais tranquilo agora, porque já construímos uma relação sólida. É um relacionamento de transparência, onde meu discurso se alinha à prática. Isso é fundamental. Hoje, sinto uma segurança imensa na minha missão. Temos um bom controle do elenco, e o grupo confia no que propomos. Com essa relação profissional, tudo flui naturalmente.
Fonte: ge
