A ampliação dos Centros de Treinamento (profissional e da base) foi um compromisso estabelecido contratualmente pela gestão da 777 Partners. Entrevistas de dirigentes envolvidos na transação, informações divulgadas no site oficial, além de documentos, como o parecer do Grupo Especial do Conselho Deliberativo, estabeleceram junho de 2024 como prazo final para a completa reformulação do espaço.
Atualmente, não há qualquer expectativa de início das obras. Nas últimas semanas, o portal ge requereu repetidamente à administração do Vasco associativo – responsável pela SAF desde 15 de maio, por determinação judicial – um posicionamento acerca do tema. O veículo de comunicação questionou quais são os planos para o Centro de Treinamento e se há negociações em andamento para a aquisição de outra área. Entretanto, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno da gestão Pedrinho.
No período de 22 meses de existência da SAF, os investimentos no CT se restringiram à melhoria da estrutura já existente. O estacionamento foi pavimentado, a sala de imprensa recebeu ajustes, e novos equipamentos foram adquiridos para academia e setor médico, dentre outros. As placas de patrocínio instaladas em parte dos muros deram nova apresentação ao local.
Na semana passada, em entrevista ao canal “Futbolaço”, Emiliano Díaz mencionou que essa foi uma das promessas feitas a ele e a seu pai que não foram cumpridas pela 777. “O CT não está à altura do Vasco”, declarou o ex-auxiliar.
No ano em curso, com um orçamento inicial de R$ 20 milhões aprovado para pequenas reformas, o CT tem recebido outras melhorias. Assim, o clube opta por utilizar a sala de imprensa de São Januário para coletivas e apresentações. A última vez em que os jornalistas foram convocados ao CT Moacyr Barbosa foi para ouvirem Emiliano, logo após a eliminação para o Nova Iguaçu no Campeonato Carioca, em 25 de março.
Contudo, o CT segue contando apenas com dois campos – bem distante dos sete, incluindo o miniestádio para 4 mil pessoas, refeitório e alojamento, que foram prometidos. Em fevereiro, o portal ge revelou que o CT Moacyr Barbosa ocupa somente 1/3 do terreno cedido pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Desde então, a SAF alegou insegurança jurídica para justificar a ausência de investimentos. De acordo com o Termo de Cessão de Uso nº 39/2019/SUBPA, a transferência do terreno se deu de forma provisória, o que implica que a Prefeitura pode requerê-lo de volta a qualquer momento.
A cláusula quinta do termo estabelece ainda que “quaisquer acessões ou benfeitorias acrescentadas aderirão à área, imediatamente, sem indenização, renunciando o CESSIONÁRIO ao direito de retenção”.
SAF negociava outros terrenos
Antes da decisão judicial obtida no dia 15 de maio, que entregou o controle da SAF ao Vasco associativo, a 777 estava em negociações para adquirir outro terreno com o intuito de, finalmente, edificar o novo CT.
O portal ge apurou que a SAF mantinha conversas com proprietários de pelo menos três áreas, todas localizadas na Zona Oeste do Rio de Janeiro, próximas ao local onde está situado o CT atualmente. O assunto era tratado com cautela para evitar especulações imobiliárias.
Fonte: ge