A mudança na comissão técnica era uma possibilidade que se desenhava desde o início do Campeonato Brasileiro. Apesar das vitórias contra Santos e Sport, a avaliação entre Pedrinho, Marcelo Sant’Ana (diretor executivo) e outros dirigentes era de que o desempenho da equipe não refletia o potencial do elenco.
As dúvidas sobre Carille começaram a surgir ainda no Campeonato Carioca, especialmente após as semifinais diante do Flamengo. Ao poupar oito titulares em uma derrota para o Corinthians durante o Brasileirão, o treinador acabou se tornando ainda mais vulnerável.
Entretanto, o jogo que gerou mais incômodo na diretoria vascaína foi o empate fora de casa com o Melgar na CONMEBOL Sul-Americana. Carille precisava vencer as partidas contra Puerto Cabello e Sport, e, embora tenha conquistado os três pontos, não conseguiu convencer. Ele ganhou um prazo extra após a atuação do time no empate contra o Flamengo, mas a derrota dois jogos depois selou seu destino.
Agora, Pedrinho considera duas possibilidades para o futuro da temporada. O nome que mais atrai o dirigente é o de Fernando Diniz, cujo estilo se alinha à filosofia do elenco vascaíno.
No entanto, o presidente não deseja comprometer o orçamento do clube com um salário elevado. Quando Diniz treinava o Cruzeiro, por exemplo, ele recebia cerca de R$ 1 milhão por mês, uma quantia que o Vasco não pode arcar. Caso o treinador esteja disposto a negociar por um valor menor, as conversas poderão avançar.
A possibilidade de efetivar Felipe Maestro, que assumirá temporariamente, também é uma opção. Após a partida contra o Cuiabá na última rodada do Brasileiro de 2024, muitos jogadores pediram a Pedrinho a promoção do auxiliar, mas o presidente, preocupado com as críticas a respeito de “empregar amigos”, não aceitou.
O atual cenário é visto como diferente, dado que foi sob comando interino, com Rafael Paiva, que o Vasco teve sua melhor fase em 2024. Embora os profissionais sejam distintos, uma estratégia semelhante pode ser utilizada novamente.
Na coletiva em que anunciou a saída de Carille, Pedrinho evitou mencionar nomes de possíveis substitutos, mas fez questão de agradecer a Felipe por assumir a equipe.
“Não vou falar sobre nomes de treinadores, pois não sabemos o que vai acontecer. Agradeço novamente ao Felipe, porque não é uma tarefa fácil. Ele sempre teve um bom relacionamento com todos os treinadores aqui. Ele não interfere nas decisões que tomo. Mais uma vez, ele aceitou e, após informá-lo sobre a demissão de Carille, prontamente se disse disposto a assumir. Vamos avaliar o dia a dia, o trabalho, não será simples, mas acreditamos que este time pode oferecer mais e também há uma questão emocional a ser considerada.”
Durante seu tempo no comando, Carille dirigiu o Vasco em 21 partidas, com nove vitórias, cinco empates e sete derrotas, atingindo um aproveitamento de 50,7%. Demitido neste domingo, o treinador e sua equipe terão direito a uma multa rescisória de R$ 500 mil.
Fonte: ESPN