“Trabalhei intensamente de um ano para o outro. Senti que precisava me superar. Tinham muitas expectativas em mim. Era crucial aumentar minha preparação física, dedicação, foco, para desempenhar o meu melhor. Não sou um jogador excepcional, mas tenho muita disciplina. Zelo pela minha condição física, descanso de forma adequada. Felizmente, percebi isso cedo. Ainda tenho 25 anos e sei o impacto que isso tem na carreira”, declarou.
Paulichi se destaca no Pontuação R10 Vasco da Gama no NBB CAIXA. Foto: Mauricio Almeida / Vasco da Gama
“Essa evolução se deve ao profissionalismo, persistência, estar sempre concentrado e priorizar o coletivo. Destaco em aspectos que vão além do talento, dependem da minha determinação, leitura de jogo, foco. Preparo-me meticulosamente para as partidas, mantenho uma rotina saudável”, acrescentou.
A mudança de comportamento se encaixou perfeitamente com o elenco à disposição do técnico Léo Figueiró no Vasco. Embora haja o brilho de Marquinhos para decidir jogos, conforme destacou Paulichi, o objetivo não é superar os colegas. “Encontrei uma equipe que me proporcionou confiança para atuar, desempenhando o que me sinto à vontade em quadra. Não há egos. Sempre buscamos o melhor passe, o melhor colega. Isso foi fundamental. Léo também me respaldou, me proporcionando bastante tempo de jogo para que eu desempenhasse melhor.”
Para Paulichi, a ausência de estrangeiros no elenco do Vasco facilitou a integração. “Temos uma conexão especial. Não sei se todos os estrangeiros conseguem absorver as orientações tão claramente, pois sempre há necessidade de tradução, o que pode resultar em perda de informações”, avaliou. “Há também um bom relacionamento, com uma mescla de juventude e experiência. Todos têm caráter, são solidários, o ambiente no vestiário é sempre positivo e agradável. Essa harmonia reflete dentro de quadra. Estamos tendo uma experiência fantástica”, acrescentou o ala, mencionando que os atletas residem próximos e costumam ir juntos aos treinos.
O atleta elogiou o trabalho de Léo Figueiró. De acordo com ele, parte do êxito se deve ao técnico, tanto em quadra quanto fora dela. “Ele é extremamente competente, perspicaz. Pode ter dito que gerenciar esse grupo é fácil, mas trata-se de um talento inato. Sabe cobrar quando necessário. Conhece as necessidades do time, qual estratégia adotar em cada confronto”, destacou Paulichi. “É uma pessoa incrível. Sempre atento ao lado humano, é bastante flexível. Modifica os horários de treino se alguém precisar. Mantém sempre bom humor, faz brincadeiras. Transita com naturalidade entre o profissional e o descontraído. Esse equilíbrio o torna o excelente treinador que é.”
Com uma defesa sólida, a segunda melhor do NBB CAIXA, sofrendo em média apenas 72,58 pontos por partida, o Vasco teve uma ótima performance na fase regular, terminando em quarto lugar, com 24 vitórias e 12 derrotas. Nas oitavas de final, superou o Pinheiros com triunfos por 64 a 56 e 85 a 70. A consistência defensiva é uma marca do trabalho de Léo Figueiró.
“É um time bastante combativo, consciente. Temos atletas experientes que sabem ler o decorrer das partidas, avaliar cada adversário. A equipe é homogênea fisicamente. Os jogadores de garrafão conseguem marcar os perímetros. Os atletas de perímetro conseguem conter os mais pesados, mais fortes. As estratégias defensivas são sempre bem executadas. Isso reflete a determinação em vencer jogos a partir da defesa. Sabemos que nem todos têm a genialidade de Marquinhos, então nos esforçamos defensivamente para criar espaço para ele no ataque. Se não temos o melhor ataque, buscamos assegurar nossa defesa”, afirmou Paulichi.
O próximo desafio será diante do Bauru nas quartas de final do NBB CAIXA. A série melhor de cinco começa no sábado (04/05), às 17h10, no ginásio de São Januário, com transmissão da TV Cultura, NBB BasquetPass e YouTube do NBB CAIXA. Em seguida, haverá dois jogos no Panela de Pressão, na terça-feira (07/05) e quinta-feira (09/05). Se necessário, os dois confrontos finais acontecerão no Rio de Janeiro.
Na temporada regular, o Vasco venceu os dois jogos contra o Bauru Basket. “O passado é algo que precisamos deixar para trás. A fase de classificação é uma coisa e os playoffs, outra. O próprio Pinheiros tinha vantagem sobre nós e passamos com duas vitórias. Não significa nada. Sabemos da força deles, com jogadores experientes como Alex, Larry Taylor, Brite… Sabemos que será difícil. É uma equipe física, bem treinada. Precisamos seguir o plano defensivo de Léo, jogar com mais determinação do que nunca. Devemos buscar a perfeição”, afirmou.
Para Paulichi, o fator casa pode ser crucial na série de quartas de final. “A torcida não para de apoiar, mesmo nos momentos difíceis. Seja na vitória ou na derrota, estão sempre cantando. Transmitam uma energia única das arquibancadas para nós. Jogar em São Januário é desafiador. Esse é um dos elementos que pode nos beneficiar. Ter um jogo a mais em casa faz diferença.”
Mas até onde o Vasco pode chegar no NBB CAIXA? “Não antecipamos o futuro. Focamos apenas no próximo jogo. Pensamos no que podemos aprimorar a partir da partida anterior, qual a estratégia adequada para conter os principais jogadores do Bauru. Gostaríamos de chegar à final, mas devemos merecer vencer as quartas, assim como fizemos nas oitavas. Para isso, precisamos de concentração, pés no chão, e encarar jogo a jogo”, finalizou.
Fonte: LNB