Não apenas os resultados e o desempenho em campo do time do Vasco geraram insatisfação na diretoria em relação a Álvaro Pacheco, cuja saída do clube será oficializada em breve, após a terceira derrota em quatro partidas.
Uma cláusula presente no contrato do treinador com o Cruz-Maltino também desagradou Pedrinho, presidente da Associação e sócio majoritário da SAF vascaína desde meados de maio.
Anunciado pelo Vasco em maio, Álvaro Pacheco está vinculado ao clube até o final de 2024, com a possibilidade de extensão por mais uma temporada mediante o cumprimento de objetivos estabelecidos.
A renovação automática do contrato em caso de permanência na Série A do Campeonato Brasileiro foi o ponto que irritou Pedrinho. Para o presidente da Associação, a cláusula é considerada muito modesta e “negativa”.
Na visão de Pedrinho, as cláusulas contratuais deveriam estar relacionadas a feitos positivos, como a classificação em competições internacionais ou conquistas de títulos. Ele avalia que a cláusula de renovação pela permanência na Série A não condiz com a grandeza do Vasco.
Em coletiva na Câmara Municipal do Rio de Janeiro na última terça-feira, após a aprovação do projeto de lei referente à reforma de São Januário, Pedrinho mencionou o trabalho de Álvaro Pacheco. Em seguida, sem citar o treinador, abordou a questão das cláusulas contratuais desse tipo.
— O início é complicado; ele chega de outro país e precisa entender o cenário nacional. Isso é um desafio. Chega sofrendo derrota para o nosso rival. Precisamos pontuar rapidamente para superar o trauma e transmitir a todos que trabalham no Vasco que devemos ter mentalidade vencedora, de busca pela vitória – declarou Pedrinho na última terça-feira, antes do jogo contra o Juventude.
— Desde a concepção até as cláusulas contratuais, essas cláusulas devem ser baseadas em algo positivo, em conquistas. Não devem ser cláusulas negativas. É preciso começar a mudar a mentalidade, a acreditar em nosso potencial e em quantas pessoas representamos, apaixonadas pelo Vasco – complementou o presidente do clube.
Álvaro Pacheco foi contratado sob a gestão da 777
A SAF do Vasco firmou contrato com Álvaro Pacheco em meio à disputa judicial entre a 777 Partners e a Associação pelo controle da SAF vascaína.
Lúcio Barbosa, ex-CEO da SAF, e Pedro Martins, diretor de futebol do clube, foram os responsáveis pela negociação com o técnico português. Por meio de uma decisão judicial provisória, Pedrinho e a Associação assumiram o controle da SAF na mesma semana em que o Vasco acertou com Álvaro Pacheco.
Em sua primeira coletiva após assumir o controle da SAF, Pedrinho endossou a contratação do técnico português.
— Recebi a informação de que está tudo resolvido com o treinador. Não há motivo para ele não vir. Seremos informados se o contrato foi assinado ou se houve um pré-contrato. Não há motivo para preocupações. A SAF está estável, o dinheiro está disponível. A instabilidade mencionada por algumas pessoas não faz sentido. Os acordos e os patrocínios serão cumpridos – afirmou Pedrinho em 16 de maio.
Demissão de Álvaro Pacheco deverá ser oficializada em breve
O Vasco decidiu pela demissão de Álvaro Pacheco na noite da última quarta-feira (19), após a derrota por 2 a 0 para o Juventude, no Alfredo Jaconi, pelo Campeonato Brasileiro. Contudo, o clube só tornará pública a decisão após uma reunião presencial entre Pedrinho e o treinador.
O presidente da Associação não esteve presente em Caxias do Sul e irá se encontrar com o técnico apenas quando a delegação retornar ao Rio de Janeiro, no final da tarde desta quinta-feira (20).
Além da preferência de Pedrinho por comunicar a demissão pessoalmente, o Vasco também terá que acertar a rescisão contratual com o treinador. A multa rescisória corresponde a 100% do valor do contrato.
Ou seja, o clube deverá pagar tudo o que foi acordado até 2024. O Vasco, contudo, buscará um acordo para reduzir esse valor ou encontrar uma forma de pagamento mais favorável ao clube.
Fonte: Trivela