— Minha última temporada (no Marselha) foi ótima. E no final, houve a saída. Mas com o Olympique, tudo está muito claro. É um acordo fechado. Por isso, meu retorno ocorrerá, e depois conversaremos sobre os motivos e como isso acontecerá. É evidente que quero contribuir, quero ser útil para ajudar o OM a seguir em frente, mas sim, está assinado, então vou voltar.
— Como você mencionou, minha última temporada (no Marselha) foi desafiadora para mim pessoalmente, porque meu maior desejo é estar em campo. Mas, como capitão, eu simplesmente fiz o que deveria fazer. Esse é meu ponto de vista, mas um capitão precisa pensar no time. E, mesmo que o futebol seja um esporte individual, ele é, acima de tudo, um jogo em equipe. E foi isso que eu fiz. Apoiei os outros. Estive presente para aqueles que não estavam jogando, para aqueles que estavam em campo. Resolvi os pequenos conflitos que poderiam surgir no vestiário, que poderiam aparecer entre o técnico e os jogadores. Portanto, é verdade que tive uma função diferente, mas gostei muito dela, porque o objetivo é que o Marseille vença.
Quando questionado sobre a possibilidade de aposentadoria, Payet confessou que esse é o “medo que mais o assombra”. O meio-campista compartilhou que ainda não se sente próximo do fim, mas teme o que será sua rotina sem o futebol.
— O que eu mais receio é que isso aconteça. Sinceramente, quando acordo todas as manhãs, sinto muita alegria em treinar e em voltar a jogar. Portanto, não me convenço de que o fim está próximo, mas, infelizmente, sei que em algum momento meu corpo vai me avisar que chegou a hora de parar. Mas, para ser sincero, amo tanto jogar futebol, que imagino que a despedida será muito difícil para mim.
— Não estou apavorado, não, mas me pergunto: no dia em que eu tiver de parar de treinar, parar de jogar, parar de dar alegria às pessoas, parar de fazer o que eu amo – que fiz a vida toda –, certamente será complicado. E isso também me permitirá aproveitar minha família ao máximo, mas sem dúvida será uma tarefa dura.
Depois de mais de um ano jogando no Brasil, Payet destacou que o maior desafio na sua adaptação foi o clima e o calendário do país.
— A parte mais complicada, para ser honesto, foi o clima. Em termos de umidade e calor, especialmente em um domingo às 16 horas, quando faz 38 graus e o tempo é pesado, é muito, muito complicado jogar. Além disso, o calendário aqui é bastante apertado. Não jogamos nem na Sul-Americana nem na Copa Libertadores, mas ainda assim temos uma agenda cheia. Não consigo entender como os jogadores que participam dessas competições conseguem, no entanto, para ser sincero, é extremamente difícil.
O jogador do Vasco também comentou que está habituado a lidar com a pressão de torcidas apaixonadas, e sente que sua experiência no futebol brasileiro não mudou muito nesse aspecto. Payet afirmou que a exigência aqui é altíssima.
— A pressão após 10 anos no Olympique de Marselha, você sabe como é. Mas é aí que eu me encontro, sinto como se nunca tivesse deixado Marselha, pois os torcedores (no Brasil) são tão intensos em suas reações, tanto positiva quanto negativamente. Nunca tenho um momento de paz, então preciso sempre dar o meu melhor. Os brasileiros tiveram craques como Romário e Pelé na sua história, o que eleva ainda mais o nível.
Ao ser indagado sobre a final da Libertadores entre Botafogo e Atlético-MG, o meia francês afirmou que não há favoritos. Os comentaristas do programa L’Équipe brincaram a respeito do Botafogo ser treinado por John Textor, um empresário que enfrenta problemas no futebol francês com a gestão do Lyon, que está proibido de contratar e pode ser rebaixado se não melhorar sua situação financeira.
Fonte: ge