Uma das grandes polêmicas envolvendo a gestão de Paulo Bracks no Vasco da Gama foi a formação do time que não teve sucesso na temporada, apesar do investimento de R$ 100 milhões. O ex-dirigente vascaíno explicou como aconteceu esse processo e de que forma o dinheiro foi utilizado.
Bracks concedeu uma entrevista ao GE, onde abordou alguns aspectos do planejamento e do orçamento. O dirigente destacou que o trabalho não partiu do zero e que a montagem da equipe ainda incluía jogadores da Série B. Ele enfatizou que, no contexto atual do futebol, R$ 100 milhões não representa um valor exorbitante para montar um grande time.
– Existe um mito que precisa ser desmistificado. Falaram muito sobre isso no ano passado, e toda vez que ouço isso, me arrepio. Vamos lá. Primeiramente, não começamos do zero. Começamos do negativo. Não tínhamos uma folha em branco. Iniciamos o ano com jogadores da Série B. A pré-temporada contou com jogadores remanescentes da Série B e poucos reforços. A reestruturação estava em andamento, seguindo a filosofia e o cronograma do clube. Em segundo lugar, com todo respeito, R$ 100 milhões não é essa bolada toda que algumas pessoas fora do mercado do futebol imaginam. R$ 100 milhões foi o que o rival pagou por um único jogador! Apenas um! Como podemos dizer que R$ 100 milhões para começar a montar um time do zero é muito? Não é. Atualmente, sim, é. R$ 100 milhões para montar um time com uma base sólida é diferente. Esse valor hoje é três ou quatro vezes mais eficaz do que no ano passado.
O ex-diretor de futebol do Vasco também mencionou o desempenho dos jogadores contratados, destacando que muitos deles se valorizaram, mesmo em um cenário desfavorável. Paulo Bracks ainda citou os atletas que foram vendidos durante a temporada, contribuindo significativamente para a receita do clube.
– Em terceiro lugar, o dinheiro não foi desperdiçado. Os atletas adquiridos estão no clube, e posso afirmar que a maioria vale muito mais do que o valor pago na compra. Léo Jardim, Léo, Lucas Piton valem muito mais do que quando chegaram, sem mencionar outros nomes. Os ativos estão no clube e trarão retorno financeiro. Isso é evidente. Por último, investimos R$ 100 milhões, mas arrecadamos mais de R$ 100 milhões. As vendas de Andrey, Pedro Raul, Eguinaldo e Palacios renderam muito mais do que foi investido no início do ano. O dinheiro retornou integralmente e rapidamente. Foi um ano de arrecadação recorde para o clube, apesar de não disputarmos títulos relevantes, devido ao primeiro ano do projeto.
Bracks analisou o desempenho da equipe em 2023 e destacou que houve mais momentos positivos do que negativos. Para ele, a temporada vascaína pode ser dividida em três momentos, nos quais o time demonstrou potencial. O ex-dirigente afirmou que o trabalho de sua equipe “abriu caminho” para o Vasco no próximo ano.
– Em relação ao desempenho ruim, divido o ano em três partes. Na primeira, de janeiro a abril, fomos razoáveis. Na segunda, de maio a agosto, sim, concordo, fomos muito mal. Nossa dificuldade foi da 6ª à 19ª rodada. E é preciso mencionar a interdição de São Januário. Fomos o único clube do Brasil a ficar três meses sem casa. Da 19ª rodada em diante, na terceira parte do ano, fomos muito bem. O Vasco foi o 7° colocado no returno. Está tudo preparado para 2024.
Após enfrentar a luta contra o rebaixamento este ano, o Vasco se prepara para a próxima temporada, na qual competirá no Campeonato Carioca, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. A expectativa é de que a 777 Partners invista mais de R$ 250 milhões no futebol em 2024.