Depois da vitória sobre o Bragantino, que assegurou a permanência do Vasco na Série A, Paulo Bracks deu uma entrevista ao lado de Ramón Díaz e Emiliano. O diretor executivo da SAF, ao ser questionado sobre a permanência de Ramón Díaz, afirmou que o clube confia plenamente no treinador e espera reforçar o time para a próxima temporada.
– Precisamos e merecemos evoluir. Se este primeiro ano foi de reestruturação e reconstrução, tentando ser competitivo e retomando o lugar que nunca deveria ter perdido. No próximo ano, temos que evoluir. E, para isso, precisamos manter a linha que adotamos no meio do ano. É fundamental termos equilíbrio entre os atletas que se destacaram na primeira janela de transferências e os da segunda. Hoje tivemos esse equilíbrio. No futebol, a história é construída de trás para frente. Se não tivéssemos conquistado o resultado, não teria sido em vão. Foi o maior investimento e receita do Vasco. Atualmente, o Vasco possui mais jogadores de qualidade e condizentes com a sua tradição e história. O resultado final não apagaria isso.
– Para o próximo ano, planejamos evoluir. Não será necessário trocar 55 jogadores, e tenho certeza de que, com o apoio e paixão dos torcedores, conseguiremos fazer isso. Conto inteiramente com a comissão técnica para o próximo ano.
O diretor executivo da SAF avaliou a temporada do clube em três etapas, reconheceu as falhas, mas valorizou a recuperação “que poucas equipes alcançaram” na história do Brasileirão.
– Podemos dividir o ano em três partes: de janeiro a abril, iniciamos um primeiro ano de reestruturação. Saíram 30 jogadores e chegaram muitos. Como em toda reestruturação, foi difícil. A segunda parte, de maio a agosto, foi um período complicado. Foram três meses com poucos resultados esportivos, que nos obrigaram a mudar o rumo. Da última vez que estive aqui nesta sala de imprensa, disse que estávamos traçando uma linha, que o passado tinha ficado para trás e que teríamos um futuro promissor – afirmou Bracks, que prosseguiu:
– Fizemos diferente, acreditamos para fazer diferente. Ter força, resiliência e suportar a pressão, o que é um privilégio de comandar um clube da grandeza do Vasco. Poucos acreditavam, mas a partir da recuperação de agosto até agora, com o desempenho que tivemos com Ramón, retomamos o que eu disse no início do ano, que era ser competitivo. Ninguém prometeu título ou vaga em competição sul-americana. Houve muitos acertos, muitos erros, alguns foram corrigidos, mas devemos ser gratos por poder fazer diferente. Aqui, temos a oportunidade de escrever uma nova história no próximo ano. Sabíamos que seria difícil. Em alguns momentos, foi além, mas também foi além a nossa recuperação. Poucos clubes alcançaram uma recuperação tão forte e impactante, mas isso é proporcional ao tamanho deste clube.
Planejamento
Sobre o planejamento para o próximo ano, Bracks brincou que, se precisar impedir a saída de Ramón Díaz, “bloqueará a saída da garagem” do treinador argentino, que é seu vizinho. Em relação aos reforços, ele afirmou que não será necessário investir em quantidade, mas sim em qualidade.
– Conto totalmente com a comissão técnica, que está sob contrato. Acredito que a sinergia que tivemos precisa ser aproveitada para o próximo ano. Ramon é meu vizinho. Se necessário, bloquearei a saída da garagem (risos). Para o próximo ano, tenho uma viagem programada para a terceira reunião de diretores esportivos da 777. Lá, será discutido o planejamento do próximo ano. Em termos de orçamento, haverá uma reunião da diretoria, da qual eu não participo, e o orçamento será informado a mim. Esperamos um orçamento no mínimo igual ao deste ano e não será necessário investir em quantidade, mas em qualidade. Os próximos passos são a minha presença nessa reunião, e gostaria de explicar que é assim que funciona. Além disso, estou aguardando o orçamento para iniciar o planejamento do próximo ano, com uma reformulação parcial do elenco. Ressalto mais uma vez que conto com a comissão para o próximo ano. Tenho contrato, estou aqui para servir ao Vasco e ao grupo, e espero permanecer no próximo ano.
Em seguida, Bracks foi questionado se enfrentou problemas internos na gestão do Vasco em 2023. O diretor admitiu que enfrentou “vários obstáculos”, mas não os especificou por “ética e profissionalismo”. No entanto, afirmou que o clube não dependerá mais da frase “no va a bajar” e encara com otimismo o ano de 2024.
– Enfrentei vários obstáculos, que não vou detalhar por ética e profissionalismo. Sou cumpridor de regras e ordens, sou disciplinado. É natural encontrar esses obstáculos no início de uma nova gestão. Enfrentei sim, como qualquer um enfrentaria, mas não vou expor. Faz parte do meu trabalho. Gostaria de ter vindo mais vezes e em outros momentos. Mas nos piores momentos do ano, abri o microfone sem limite de tempo. Existem regras na empresa e as respeitamos. As dificuldades enfrentadas no início deste ano não serão as mesmas no início do próximo. Terminamos o ano em uma situação muito melhor do que começamos. Estou muito otimista em relação ao ano de 2024. Precisávamos dessa permanência, houve momentos em que parecia cada vez mais difícil. Antes da partida contra o Cuiabá, estava muito difícil, muito difícil. Muitos duvidaram, mas não os presentes aqui dentro. Conseguimos dar a volta por cima, mesmo sem saber de onde tirar forças. Evoluímos bastante e faremos com que os resultados sejam diferentes. Não dependeremos mais da frase “no va a bajar” do Ramon. Temos humildade para reconhecer falhas e obstáculos.
Antes de responder à primeira pergunta, Bracks agradeceu aos torcedores, jogadores e comissão técnica pela permanência do Vasco na Série A.
– Gostaria de agradecer o apoio fundamental dos torcedores para alcançarmos nosso objetivo. A Ramón e Emiliano, por aceitarem o desafio, que foi muito grande, e aos funcionários e jogadores. O Vasco é um clube de resistência, e nós também somos.
Fonte: ge