O Vasco surpreendeu muitas pessoas ao marcar o primeiro gol logo aos três minutos do início da partida e pressionar o Água Santa no começo do jogo disputado em São Januário. Aos 15 minutos, o placar já indicava 2 a 0. Dava a sensação de que a vaga para a próxima etapa da Copa do Brasil seria conquistada sem dificuldades. Apenas parecia.
Ninguém foi mais acertado em explicar o que ocorreu a partir dali, principalmente após o intervalo, do que Emiliano Díaz: “Tivemos um segundo tempo terrível”. O Vasco diminuiu o ritmo, permitiu o Água Santa jogar e flertou com a tragédia, com o gol da virada aos 42 minutos dando um toque de crueldade a um desenrolar melancólico.
A boa notícia da noite é que o Vasco não desistiu e manteve a compostura para buscar o empate, o que representa um progresso significativo em comparação com épocas recentes. Esta é a impressão que o Vasco de Ramón Díaz transmite. O gol salvador saiu dos pés de Payet, o jogador mais decisivo da equipe em 2024, e terminou na cabeça de Lucas Piton, o mais constante desde o ano anterior.
Nas penalidades, Payet, Lucas Piton, Sforza e Vegetti foram impecáveis, e o goleiro Léo Jardim cumpriu sua parte – tornou-se herói mesmo após passar a noite em claro acompanhando o nascimento da filha. Foi dessa forma, com 20 minutos de bom futebol e o restante de sufoco, que o Vasco avançou de fase na Copa do Brasil.
Pressão e belo gol
Mais uma vez o fato de marcar cedo em São Januário ajudou o Vasco a atrair a torcida e transformar o estádio em um caldeirão. Galdames, o volante chileno que gosta de entrar na área, aproveitou o rebote do chute de Payet para abrir o placar aos três minutos. O Água Santa, na posição de time menor que viu a situação piorar ainda mais, claramente sentiu o impacto.
O Vasco conseguiu avançar suas linhas com eficácia e pressionou, com praticamente 10 jogadores no campo adversário. No lance do segundo gol, a bola circulou entre todos os jogadores, percorrendo quase dois minutos até finalmente chegar à cabeça de Vegetti, que a empurrou para o fundo das redes. Os ventos da colina histórica sopravam em direção a uma classificação tranquila.
No entanto, Neílton tratou de diminuir nos acréscimos do primeiro tempo e acendeu o alerta. No lance, o Vasco se recompôs mal após um escanteio a seu favor, fazendo com que Adson ficasse responsável por marcar o atacante adversário. Ele se atrapalhou na linha de impedimento e deixou o caminho livre.
O susto e a reação
Há coisas que, se você se propõe mentalmente a fazer, você pode. Sempre pensem nisso. O trecho do discurso de Ramón Díaz após a vitória sobre o Bragantino, que evitou o rebaixamento no ano passado, se faz presente no contínuo processo de mudança de mentalidade do Vasco.
Contra o Água Santa, a equipe flertou com o fracasso porque, de alguma forma, não conseguiu impor seu ritmo de jogo no segundo tempo. Pelo contrário: foi dominada nos primeiros minutos e teve dificuldades para escapar da pressão adversária. Aos 13 minutos, Robles apareceu entre Vegetti e Medel e empatou de cabeça: 2 a 2.
Regente do meio-campo do Vasco, Payet naquele momento estava sumido, embora tenha quase marcado um gol espetacular aos 25 minutos. Ramón Díaz colocou David e Mateus Carvalho na tentativa de preencher os espaços, mas as alterações surtiram pouco efeito. A equipe entrou em um jogo de igual para igual que não lhe favorecia até sofrer o gol da virada aos 42 minutos.
Este momento reservou o ponto alto da noite para o Vasco, que não se deixou abater, manteve a calma mesmo com o empate parecendo improvável e foi à luta pelo resultado. Payet mostrou que um craque precisa estar em campo mesmo sem brilhar e cobrou a falta na cabeça de Piton, que experimentou a sensação de estar do outro lado após tantas assistências e cruzamentos precisos.
Classificado, o Vasco agora precisa assimilar as falhas e corrigir o que precisa ser corrigido porque outro desafio se inicia no sábado.
Fonte: ge