O Vasco da Gama cumpriu os quatro jogos sem torcedores, como determinado pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), devido à confusão na derrota para o Goiás, mas ainda não sabe quando poderá jogar novamente em São Januário com sua torcida.
O motivo é que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) questiona se o estádio possui segurança suficiente para receber o público. Hoje, os parlamentares Dani Monteiro e Tarcisio Mota (PSOL), divulgaram comunicado questionando a proibição e alegando “discriminação racial” e “preconceito de classe”.
Comunicado completo
No décimo primeiro jogo do Campeonato Brasileiro, o Vasco foi derrotado em casa pelo time do Goiás, e a insatisfação da torcida com o clube gerou um grande tumulto. Como sanção, o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou que o clube jogasse como mandante com os portões fechados do seu icônico estádio por 4 jogos. A punição foi cumprida no último fim de semana, quando o clube venceu o jogo. Entretanto, ainda é incerto quando os torcedores poderão retornar a São Januário.
Isso ocorre devido a uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que resolveu prolongar a punição. O que chama a atenção, no entanto, é o elitismo presente no Ofício enviado pelo TJ-RJ, que alega que o estádio é cercado pela comunidade da Barreira do Vasco, onde tiroteios são comuns, o que geraria insegurança para os torcedores durante a ida e a saída dos jogos.
No entanto, os milhares de torcedores que frequentam o estádio semanalmente são prova de que o ambiente é seguro. Além disso, a atmosfera pré-jogo nos arredores de São Januário é uma das mais famosas do país, um ambiente tipicamente carioca, com muita música e confraternização. Um local frequentado até mesmo por mulheres e crianças.
Na mesma rodada em que o Vasco foi punido, o Santos também recebeu punição, tendo sua torcida impedida de frequentar a Vila Belmiro devido a uma confusão após a derrota para o Corinthians. No entanto, após cumprir a punição, é previsto o retorno à normalidade na Vila Belmiro, ao contrário do que ocorre com o time carioca.
Não é possível ignorar o caráter racista da decisão do TJ-RJ, que não apenas pune a instituição Vasco, mas também pune a “cultura da favela” que a cerca, enquanto o clube é conhecido como um verdadeiro clube do povo. Além disso, as consequências dessa punição já estão sendo sentidas no bolso e na mesa de muitos trabalhadores da Barreira do Vasco, que dependem dos jogos para garantir seu sustento.
O elitismo e o preconceito não podem influenciar as determinações judiciais. A torcida do Vasco deve ter seu direito de frequentar os jogos retomado. E a festa na Barreira não pode ser interrompida!
Maracanã
Já que atualmente não é possível jogar na Colina Histórica e com o aniversário de 125 anos se aproximando, o Cruzmaltino está tentando levar o próximo jogo como mandante no Campeonato Brasileiro, contra o Atlético-MG, pela 20ª rodada, para o Maracanã. Foi feito o pedido e o Vasco aguarda pela resposta.
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