Indignada com a decisão judicial que impede o Vasco de jogar no Maracanã, a diretoria do Vasco se manifestou. Em uma entrevista ao meio de comunicação ge, o vice-presidente Carlos Roberto Osório contestou a situação. O clube obteve uma medida liminar para enfrentar o Atlético-MG no estádio, no domingo às 11h, mas o desembargador André Luiz Cidra suspendeu a decisão nesta quarta-feira.
No momento, o Vasco não pode jogar em São Januário com público e também não pode jogar no Maracanã. A situação deixou os dirigentes do clube tristes e abalados.
– É inacreditável o que está acontecendo no Rio de Janeiro. Não satisfeitos em proibir os vascaínos de entrar em seu próprio estádio, agora decidem estabelecer uma segregação no Maracanã, limitando o uso do principal estádio público do estado a apenas uma parte da população. Essa situação lamentável merece a repudiação de todos os esportistas e da sociedade – disse o vice-presidente do Vasco, Carlos Roberto Osório, ao ge.
O Vasco ainda está tentando na Justiça, nesta quinta-feira, recuperar o direito de jogar no Maracanã no domingo, contra o Atlético-MG. O clube recorreu da decisão e está confiante de que jogará no estádio.
No final da manhã desta quinta-feira, as torcidas do Vasco emitiram uma nota conjunta em que questionam a decisão do sistema judiciário. O comunicado critica a decisão do Desembargador André Luiz Cidra e classifica como “absurdo” a falta de ação do Governo do Rio de Janeiro diante do assunto.
Confira a nota das torcidas do Vasco
As torcidas do Vasco da Gama vêm a público expressar sua revolta e indignação com a decisão de ontem, 16/8, do Desembargador André Luiz Cidra, que cassou o direito dos vascaínos de assistirem ao clássico Vasco x Atlético-MG, no próximo domingo, no Maracanã. Além da interdição injusta e absurda do nosso estádio de São Januário, o único no Brasil fechado neste momento, agora querem nos impedir de frequentar um estádio público que ajudamos a construir com nossos impostos.
É um absurdo o Governo do Estado do Rio de Janeiro, que é o proprietário do Maracanã, ficar passivo diante dos abusos do rival, que constantemente viola o contrato na intenção de excluir os vascaínos de um estádio que também é a nossa casa. É de conhecimento público que o Maracanã foi concedido ao rival sem processo licitatório. Ao contrário do que tentam fazer parecer, o rival não está fazendo nenhum favor ao Estado ao administrar o Maracanã. Na verdade, ganha muito dinheiro com isso. Tudo ocorre sem transparência ou concorrência.
Para a partida deste domingo, temos caravanas organizadas de vascaínos que vêm para o Rio de Janeiro de oito estados, além de dezenas de cidades do interior de nosso estado. Isso sem mencionar os 4 mil torcedores do Galo que estão organizando sua viagem para o Rio. Vamos encher o Maracanã, como sempre fizemos. Estamos proibidos de acompanhar os jogos do Vasco há quase dois meses e agora, quando temos a oportunidade de voltar para apoiar nossa equipe em um momento crucial do campeonato, querem fechar a porta do Maracanã na nossa cara.
Não vamos perder tempo discutindo a ridícula alegação de que um jogo do Vasco, entre tantos outros jogos da dupla, causará problemas no gramado do Maracanã. Pedimos às autoridades e ao Poder Judiciário que respeitem o direito legítimo dos torcedores do Vasco de frequentar o Maracanã. Infelizmente, o preconceito, o elitismo e a arrogância continuam vivos no século XXI. O Vasco é resistência há 125 anos. E continuará resistindo, contra tudo e todos.
Fonte: Globo Esporte