Impedido de estar ao lado de seus torcedores em São Januário e proibido de jogar no Maracanã, o Vasco está inconformado com a situação. O último jogo do clube como mandante com a torcida ao seu lado foi contra o Goiás, no dia 22 de maio.
O Vasco foi punido por quatro jogos sem torcida pelo STJD devido ao tumulto nas proximidades de São Januário contra o Goiás. A punição já foi cumprida, mas o clube continua impedido de abrir os portões em seu estádio, uma vez que a Justiça do Rio de Janeiro acatou um pedido do Ministério Público e interditou o local por tempo indeterminado.
Nesta quinta-feira à tarde, em entrevista ao Seleção Sportv, o vice-presidente do Vasco, Carlos Roberto Osório, questionou a situação e lamentou as consequências negativas para o clube tanto no aspecto esportivo quanto econômico.
– Situação absurda. Primeiro a interdição de São Januário devido aos incidentes no jogo contra o Goiás, em 22 de maio, há praticamente dois meses atrás. Durante o jogo não houve nenhum impacto. Os incidentes ocorreram depois. Nada que colocasse em risco os jogadores ou as pessoas presentes no campo. A polícia militar agiu de uma maneira que intensificou a situação e causou incidentes pontuais. Ninguém ficou ferido. Mas o Ministério Público Estadual decidiu entrar com uma ação contra o estádio. Um absurdo. Na primeira decisão, o Vasco não podia jogar em São Januário nem mesmo com os portões fechados. Revertemos essa decisão. A punição esportiva do STJD foi cumprida e terminou, mas ainda não podemos receber público em São Januário – afirmou Osório, que acrescentou:
– O Vasco está sofrendo um prejuízo esportivo incalculável. É o único clube do futebol brasileiro que não conta com a presença de sua torcida. Ramón Díaz ainda não teve a oportunidade de jogar com o apoio dos torcedores. Ele diz que a torcida, seu principal reforço, ainda não fez sua estreia. Nesse momento, o Vasco precisa desesperadamente do apoio de seus torcedores. É um prejuízo incalculável. O Campeonato Brasileiro está desequilibrado, com o Vasco sendo prejudicado.
O dirigente também reforçou que o Vasco está trabalhando em duas frentes para voltar a jogar com público em São Januário. Além de tentar reverter a situação na Justiça, o clube está buscando uma solução junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
– Estamos trabalhando em conjunto com o CEO Lúcio Barbosa. Primeiramente, estamos lidando com a questão judicial. Perdemos em duas instâncias e o caso está em um órgão colegiado do Rio de Janeiro. Estamos nos esforçando para que haja uma rápida decisão sobre isso. Paralelamente, estamos trabalhando com o MP, que foi responsável por entrar com a ação. Procuramos o MP e nos colocamos à disposição para encontrar soluções que levem a um acordo e encerrem essa disputa. As consequências são muito prejudiciais para o Vasco. Temos confiança de que o MP terá sensibilidade nessa questão. Contamos com todas as licenças necessárias. Temos pareceres independentes que comprovam a segurança de São Januário. Há quase 100 anos mandamos nossos jogos nesse estádio. Existe um tratamento desigual. Infelizmente, neste ano houve uma série de incidentes na Série A, incluindo um caso fatal na partida entre Palmeiras e Flamengo. No entanto, São Januário é o único fechado. O Vasco e seus torcedores não podem ser impedidos de jogar em sua própria casa.
Fonte: Globo Esporte