Figuras lendárias do futebol brasileiro e argentino, Renato Gaúcho e Ramón Díaz têm um histórico de confrontos que teve início muitos anos antes da vitória do Vasco sobre o Grêmio em agosto deste ano, quando se enfrentaram pela primeira vez como treinadores. Naquela ocasião, antes do início da partida, os dois treinadores cumprimentaram-se como velhos amigos.
O Grêmio de Renato e o Vasco de Ramón estarão frente a frente mais uma vez neste domingo, às 18h30, pela 37ª rodada do Brasileirão, em um confronto de extrema importância. O Tricolor Gaúcho ainda tem chances remotas de conquistar o título e busca assegurar sua vaga direta na fase de grupos da Libertadores, enquanto o Cruz-Maltino precisa pontuar para escapar do rebaixamento.
De gerações próximas, Renato, com 61 anos, e Ramón, com 64, foram renomados atacantes que deixaram sua marca na história. O brasileiro começou no Grêmio, tornando-se o maior ídolo do clube gaúcho, e também teve passagens memoráveis por clubes como Flamengo e Fluminense; o argentino acumulou títulos com o River antes de consolidar sua carreira na Europa.
Enquanto jogadores, eles se enfrentaram em seis ocasiões, quatro delas pela antiga Supercopa, torneio que, entre 1988 e 1997, reunia os vencedores da Libertadores. As outras duas foram pelo Campeonato Italiano na temporada 88/89, quando a Inter de Milão de Ramón Díaz saiu vitoriosa sobre a Roma de Renato em ambos os confrontos.
No confronto da Supercopa, o retrospecto foi equilibrado: uma vitória para cada lado e dois empates. A história deste duelo pessoal entre os treinadores de Grêmio e Vasco é repleta de gols, pênaltis convertidos e perdidos, além de grandes partidas.
1991: vantagem para Ramón
A Supercopa tinha um formato simples de mata-mata, com confrontos de ida e volta nas fases iniciais, quartas de final, semifinal e final. Em 1991, River Plate de Ramón Díaz e o Grêmio de Renato Gaúcho se enfrentaram logo na primeira fase.
Ramón tinha acabado de retornar da Europa para sua segunda passagem pelo River, situação semelhante à de Renato, que estava voltando ao clube no qual havia conquistado tantos títulos anos antes.
No primeiro jogo, apesar de titulares, os dois foram coadjuvantes no empate em 2 a 2 no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Spontón e Jorge Higuaín marcaram para o River, enquanto Caio e Alcindo descontaram para o Grêmio.
No jogo de volta, uma semana depois, no Olímpico, Renato abriu o placar com um gol de cabeça no primeiro tempo e ainda teve ao menos mais duas grandes chances de marcar. No entanto, Bello empatou para o River no início da segunda etapa: placar final de 1 a 1.
Nas cobranças de pênaltis, Renato desperdiçou sua cobrança ao chutar por cima. Ramón converteu a sua e viu sua equipe avançar para a próxima fase.
1992: título e artilharia para Renato
No ano seguinte, já representando o Cruzeiro, foi a vez de Renato Gaúcho dar o troco. O encontro ocorreu nas quartas de final da Supercopa, após o Cruzeiro passar facilmente pelo Atlético Nacional na primeira fase, com direito a cinco gols de Renato na goleada por 8 a 0 no jogo de volta, e o River de Ramón eliminar o Argentinos Juniors.
No Mineirão, o atual treinador do Grêmio causou estragos na defesa argentina e sofreu o pênalti que Paulo Roberto converteu no primeiro tempo. Mais tarde, Cocca, do River, marcou contra, garantindo a vitória por 2 a 0 para a Raposa.
No jogo de volta, em Buenos Aires, o River Plate devolveu o placar de 2 a 0, em uma partida que contou com três cobranças de pênalti convertidas por Ramón.
As duas primeiras cobranças ocorreram no tempo regulamentar: em uma delas, Ramón converteu, já na outra, o goleiro Paulo César defendeu, porém Walter Silvani marcou no rebote. Já nas penalidades, Ramón bateu à esquerda e desperdiçou, enquanto Renato converteu a sua cobrança, garantindo a classificação do Cruzeiro, que se sagraria bicampeão do torneio. O atacante brasileiro foi o artilheiro da competição, com oito gols.
Fonte: ge
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