O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) está propenso a solicitar que o Coritiba e o Cruzeiro recebam punições preventivas com partidas sem torcida por 30 dias – ou seja, até o término do Campeonato Brasileiro. No último sábado, torcedores dos dois clubes invadiram o campo da Vila Capanema e protagonizaram uma briga generalizada.
A solicitação deverá ser feita após o presidente do STJD, José Perdiz, analisar as imagens da invasão e da briga. A expectativa é que essa decisão seja tomada nos próximos dias para que o Pleno acate a denúncia da Procuradoria e marque a data do julgamento.
Se a punição for confirmada, tanto o Coritiba quanto o Cruzeiro não terão o apoio da torcida, seja nos jogos em casa ou fora.
O Coritiba tem mais quatro partidas na Série A, sendo duas em casa e duas fora. Enquanto isso, o Cruzeiro ainda tem mais seis confrontos – a direção celeste já suspendeu a venda de ingressos para o jogo contra o Vasco, marcado para o dia 22 deste mês.
O STJD já havia adotado tal medida preventiva nesta Série A contra o Vasco e o Santos devido a tumultos nos estádios. Posteriormente, após julgamento e recursos, o time carioca foi punido com quatro jogos de portões fechados, enquanto a equipe paulista recebeu duas partidas.
A informação foi divulgada primeiramente pela rádio Itatiaia e confirmada pelo ge.
Invasão e conflito
A briga ocorreu após Robson marcar o gol do Coxa, aos 45 minutos do segundo tempo. Em seguida, a torcida do Cruzeiro deixou a área destinada aos visitantes e invadiu o gramado em direção ao setor coxa-branca. Os torcedores do Coritiba também adentraram o campo.
A confusão generalizada durou cerca de quatro minutos, com os atletas de ambos os times se dirigindo aos vestiários. A pancadaria só cessou com a chegada do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM-PR).
A arbitragem aguardou aproximadamente 25 minutos e decidiu retomar a partida. O jogo foi paralisado aos 45 minutos do segundo tempo e ainda restavam seis minutos de acréscimos.
Segundo o repórter Flávio Darin, durante a transmissão do Premiere, os portões da Vila Capanema foram fechados. Os torcedores que permaneceram nas arquibancadas acompanharam os minutos finais. Aqueles que saíram não puderam retornar.
A PM-PR realizou uma varredura ao redor do estádio para garantir a segurança nos minutos restantes da partida. O jogo terminou com a vitória do Coritiba por 1 a 0.
Comunicado do Coritiba
“Diante dos acontecimentos ocorridos na tarde deste sábado (11), no Estádio Durival Britto e Silva, ao final da partida entre Coritiba x Cruzeiro, pela 34ª rodada do Brasileirão, o Coritiba Foot Ball Club vem a público repudiar veementemente a invasão de campo iniciada pela torcida do Cruzeiro, logo após o gol do Coritiba, que deu origem a um tumulto generalizado. Situações como essa são inaceitáveis e só prejudicam os clubes e o futebol brasileiro. O clube está empenhado na identificação dos invasores e dos responsáveis pelo ocorrido”.
Comunicado do Cruzeiro
Gabriel Lima, CEO do Cruzeiro SAF, foi o encarregado de se manifestar em nome do clube a respeito da invasão de torcedores do Cruzeiro e do Coritiba ao gramado da Vila Capanema, na partida entre as duas equipes, no último sábado. O dirigente criticou a estrutura do estádio e exigiu punição severa para os envolvidos.
“Viemos expressar o repúdio do Cruzeiro e o nosso, pessoalmente. Até quando esses desordeiros, disfarçados de torcedores, vão tumultuar o futebol brasileiro? Nós somos xingados, humilhados, ameaçados. Nossas famílias, as dos jogadores… até quando permitiremos isso? Só haverá mudança quando forem punidos de maneira efetiva. Como é possível jogar em um estádio com essa estrutura? Como é permitido jogar uma partida desse nível de importância, com esse grau de estresse, em um estádio sem a menor condição de segurança para os jogadores e para a própria torcida? Essa indignação, eu gostaria que vocês sentissem. Vocês são ameaçados em seus trabalhos?”.
Fonte: ge