Cada um deles traz propostas bastante distintas em relação à transição, ao controle da SAF e ao tipo de parceiros que querem no time.
Sob o comando do presidente Pedrinho, a diretoria cruzmaltina já sinalizou que busca um investimento inicial de R$ 350 milhões, o que permitiria a aquisição de 31% das ações do clube. O valor da SAF é estimado em cerca de R$ 1 bilhão na visão do dirigente.
Para isso, é essencial negociar com a A-CAP — nova controladora da 777 — que deve receber parte dessa quantia para repassar suas ações.
Com isso definido, o Vasco já enviou, nesta semana, todos os documentos financeiros e contratos do clube ao grupo de Radrizzani, dando início à Due Diligence — um processo de análise e investigação detalhada.
Radrizzani não pretende entrar em campo sozinho. Ele pensa em trazer mais reforços com ele. Entre seus potenciais sócios estão a QSI (Qatar Sports Investments), dona do PSG, e o grupo 49ers, que comanda o San Francisco 49ers. Outros investidores também estão sendo considerados.
A Sportive, uma das gigantes agências de marketing do mundo, é um aliado frequente nesse tipo de negociação.
Do lado do grego, o meio de campo é formado pelo empresário Giuliano Bertolucci, um dos agentes mais influentes do futebol brasileiro atualmente.
A diferença dos planos de cada investidor também é notável. Radrizzani tem mantido um bom diálogo direto com Pedrinho e demonstrou ser bem flexível quanto à transição do controle da SAF.
A proposta de R$ 350 milhões seria estruturada como um empréstimo que se transformaria em ações do clube. Nesse modelo, haveria uma passagem gradual de controle, mantendo inicialmente Pedrinho no comando, mas a longo prazo, a gestão ficaria com o grupo do italiano, que planeja um investimento mais robusto.
Porém, a diretoria da associação seguirá sendo ouvida na condução do futebol, ao contrário do que aconteceu sob a administração da 777.
Já com Marinakis, o desejo é controlar totalmente a SAF do Vasco. Ou seja, o grego é menos flexível em dividir o poder com a associação.
Seu grupo — que inclui Olympiacos, Nottingham Forest e Rio Ave — exerce total controle sob a sua batuta. Bertolucci também teria um papel fundamental no projeto, não apenas atuando como intermediário.
Curiosamente, Radrizzani e Marinakis são conhecidos no mercado do futebol e têm uma boa relação, conforme relatos de fontes próximas. Mas, neste momento, estão em disputa, ambos enxergando o futebol brasileiro como uma nova oportunidade a ser explorada.
Procurado, o Vasco informou que não poderia comentar sobre o assunto da SAF, que está em fase de mediação.
Fonte: Coluna Rodrigo Mattos – UOL
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