Ao fim deste ano, o Vasco realizará as eleições para escolher quem será o próximo presidente para o triênio 2024-2026. O pleito, normalmente realizado em novembro, ainda não tem data marcada, mas gradualmente os primeiros candidatos já oficializam suas candidaturas. Um deles é Marcelo Borges, empresário representante da chapa ‘Vasco da gente’.
Com uma atuação política ativa no clube desde 2011, quando se tornou diretor do grupo PetroVasco, fez parte da gestão de Alexandre Campello quando, em 2017, se tornou diretor voluntário de patrimônio. Foi responsável, junto com sua empresa, pela reforma do Colégio Vasco da Gama. Em 2020, foi um dos vice-presidentes de Leven Siano, candidato pelo projeto Somamos, na eleição presidencial.
Marcelo, que é contrário à participação da SAF cruzmaltina, vê essa eleição como a mais significativa da história do Vasco. “Eu acredito que esta é a eleição que vai definir o destino final do clube. Não é que eu seja um opositor do sistema SAF. Eu me oponho à forma como foi conduzido no Vasco da Gama, sem transparência, impositivamente. Principalmente em relação a essa empresa que é endossada por todos os conselheiros presentes. Para mim, aqueles que vendem o clube não teriam autenticidade, não teriam legitimidade para serem candidatos”.
“Eu estou totalmente contra essa proposta. Estou aqui para defender o clube e resgatar o Vasco da Gama. Enquanto o processo da SAF não for esclarecido e não soubermos exatamente o que está envolvido, serei um defensor ferrenho do Clube de Regatas Vasco da Gama e opositores da SAF. Em primeiro lugar, acredito que precisamos trabalhar de forma profissional. Não sou candidato à presidência para defender a SAF. Sou candidato para defender o Vasco e os seus sócios. Se a SAF estiver cumprindo seus compromissos com o clube, terá um aliado e um parceiro. Mas se não estiver, como parece ser o caso, teremos que esclarecer tudo”, disse.
São Januário expandido
Marcelo Borges é um defensor de São Januário e acredita na possibilidade de ampliar a capacidade do estádio. Presente na última eleição com a chapa Somamos, o candidato revisou o projeto de reforma trazido pela candidatura de Leven Siano.
“Estou trazendo um projeto do projeto Somamos, um projeto da Populus. Ele foi considerado o estádio mais bonito do mundo. Já enviei esse projeto para o prefeito Eduardo Paes. Já informei que gostaria de construir um estádio para 45.000 pessoas, não o original de 55 mil. Pois o projeto de 55 mil pessoas incluía 15 mil pessoas em pé. Nas competições internacionais, não é permitido ter mais pessoas em pé. Todos devem estar sentados”, explicou.
“O projeto foi adaptado para a mesma planta, com capacidade para 45.000 pessoas, que é o que já temos licenciado para São Januário. Não teríamos nenhum problema documental para construir o novo estádio. Nesse cenário, pretendemos usar o campo da Portuguesa. Já tivemos algumas conversas com Marcelo, presidente da Portuguesa, para usar o estádio da Portuguesa no período em que estaremos construindo nosso novo estádio da Caravela”, completou.
Recentemente, São Januário ficou fechado por uma decisão judicial, mas essa decisão foi revertida na última quarta-feira (13). “Acredito que essa questão não envolve apenas o Judiciário. Acho que também tem influência interna para que São Januário seja cedido rapidamente para a 777. Na minha opinião, faz parte do projeto de venda completa do clube”, afirma Marcelo.
“Para mim, está muito claro que estão entregando São Januário para esse grupo, que ainda não sabemos quem é, já que, se fosse registrado no Brasil, a SAF está registrada em Delaware. Nunca vi isso, no mínimo muito estranho. Para mim, está claro que estão deteriorando São Januário para entregá-lo de vez. Estão criando uma narrativa de que não há dinheiro para manter São Januário, mas posso falar com tranquilidade, pois fui diretor de patrimônio da gestão anterior e São Januário sempre esteve muito bem cuidado”, disse ele.
“Deterioraram intencionalmente, na minha opinião, para entregá-lo a essa empresa. Estão usando o potencial construtivo que é nosso para ceder a essa empresa a construção de uma arena, que é o que eles querem. É por isso que eles não conseguiram o Maracanã, porque eles querem o Maracanã para shows, eles querem uma arena. Agora, o que você está falando em relação à decisão da Justiça, teríamos que fechar todo o Rio de Janeiro, porque não sabia que São Januário ficava no Haiti e o Maracanã em Veneza, o Engenhão em Berlim. Temos parte do Rio de Janeiro na Europa e parte no subdesenvolvimento? Eu não entendo isso”, completou.
Apesar de olhar para São Januário, Marcelo também pensa no Maracanã e participar de um processo de concessão do estádio está nos seus planos. “Tenho total interesse no Maracanã. Já tive reunião, inclusive, com conselheiros do rival sobre o Maracanã. A questão do edital é muito clara. O edital é para clubes de futebol, não para empresas de futebol. Portanto, acho que as críticas que o governador recebeu em relação a esse termo de referência, o edital de concessão do Maracanã, ele seguiu o que está escrito no documento”.
“Na reunião que houve com o governador, se não me engano, não fomos representados pelo clube, fomos representados pela SAF. Portanto, o governador não deveria ter se reunido com a SAF, porque o edital é exclusivo para clubes de futebol. Então, tenho interesse no Maracanã, já houve discussões sobre a divisão do Maracanã, é claro, trazendo nosso lugar de volta ao Maracanã”, finalizou.
Próximos jogos do Vasco:
- Fluminense (C) – 16/09, 16h – Brasileirão
- Coritiba (C) – 19/09, 19h – Brasileirão
- América-MG (F) – 23/09, 18h30 – Brasileirão
Fonte: Espn