A decisão do Tribunal do Rio de Janeiro que manteve a proibição de São Januário, divulgada na última sexta-feira, gerou indignação dentro e fora do clube. Mesmo com a permissão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para cumprir o último jogo de punição (quatro partidas de portões fechados após a confusão contra o Goiás, em junho) e receber mulheres, crianças e pessoas com deficiência nas arquibancadas da Colina, o clube não conseguiu reverter a decisão da Justiça comum e jogou novamente com o estádio vazio neste domingo, vencendo o Grêmio por 1 a 0.
No domingo à tarde, uma faixa foi estendida no Mirante da Colina, o bar que é um ponto tradicional de encontro de torcedores nas proximidades do estádio, protestando contra a situação: “Querem nos excluir novamente. Lutem por nós, Vasco”.
Manter São Januário fechado para os vascaínos e para as comunidades ao nosso redor é absurdo, injusto e inaceitável.
Na semana em que celebraremos o Centenário dos Camisas Negras, o Vasco da Gama reafirma seu compromisso histórico de combater qualquer forma de preconceito e de… pic.twitter.com/FIwbgn0a7A
— C.R. Vasco da Gama (@crvasco_br) August 6, 2023
Manter São Januário fechado para os vascaínos e para as comunidades ao nosso redor é absurdo, injusto e inaceitável. Na semana em que celebraremos o Centenário dos Camisas Negras, o Vasco da Gama reafirma seu compromisso histórico de combater qualquer forma de preconceito e… pic.twitter.com/FIwbgn0a7A
O clube associativo, que já havia assinado uma nota conjunta com a SAF, publicou uma foto da faixa com uma nova manifestação, afirmando que irão garantir, junto com a SAF, o “legítimo direito” dos vascaínos e das comunidades do entorno. O clube diz que a decisão de manter São Januário fechado é “absurda, injusta e inaceitável”. As redes da SAF compartilharam o comunicado.
“Manter São Januário fechado para os vascaínos e para as comunidades ao nosso redor é absurdo, injusto e inaceitável.
Na semana em que celebraremos o Centenário dos Camisas Negras, o Vasco da Gama reafirma seu compromisso histórico de combater qualquer forma de preconceito e de estar sempre aberto a todos, na Barreira, na Zona Norte, no Rio e em todo o Brasil.
Ninguém vai tirar nosso direito de congregar e celebrar na Barreira do Vasco, o melhor lugar do mundo. Confiamos na Justiça e estaremos juntos da Vasco da Gama SAF para garantir o legítimo direito dos vascaínos e das comunidades do nosso entorno”.
No Vasco, havia confiança sobre o assunto, que uniu a SAF e o clube associativo, locatário e proprietário de São Januário, respectivamente. Especialmente após a decisão do STJD. Houve vários protestos subsequentes, incluindo a nota conjunta, que mencionou a “condição única” do estádio após a liberação parcial na Justiça desportiva e a proibição na Justiça comum. Agora, a reabertura depende do julgamento do mérito da ação, que ainda não tem data. O Vasco volta a jogar em casa no próximo dia 20, contra o Atlético-MG, já livre de qualquer punição no âmbito esportivo.
Também no domingo, o perfil da SAF publicou um vídeo de torcedores assistindo à vitória sobre o Grêmio em bares perto de São Januário.
O Autêntico Clube do Povo.
Juntos. Em todos os lugares. Em todas as circunstâncias.
📍 𝐁𝐀𝐑𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐃𝐎 𝐕𝐀𝐒𝐂𝐎 💢#VascoDaGama pic.twitter.com/C8K8FENnNB
— Vasco da Gama (@VascodaGama) August 7, 2023
O Autêntico Clube do Povo.Juntos. Em todos os lugares. Em todas as circunstâncias.📍 𝐁𝐀𝐑𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐃𝐎 𝐕𝐀𝐒𝐂𝐎 💢#VascoDaGama pic.twitter.com/C8K8FENnNB
Moradores da Barreira do Vasco emitem nota
As manifestações ocorrem em meio a um clima de revolta por parte dos moradores da Barreira do Vasco, a principal comunidade próxima ao estádio. De acordo com o site ge.globo, o Vasco anexou um comunicado da associação de moradores da comunidade ao pedido de reabertura, que foi negado na sexta-feira. A carta defende a presença de torcedores nos jogos, alegando prejuízo ao comércio local.
“A associação manifesta total repúdio às declarações preconceituosas atribuídas à Barreira do Vasco, amplamente divulgadas nas redes sociais como supostamente proferidas no processo. A Barreira é um lugar de paz, segurança e lar para mais de 10 mil famílias que lutam todos os dias para terem seus direitos garantidos”, diz trecho do comunicado.
Em outro trecho não mencionado no comunicado da associação, divulgado pelo site, há um relato do juiz de plantão da partida, Marcello Rubioli, que menciona “disparos de armas de fogo” ouvidos na comunidade e ruas “cheias de torcedores embriagados antes de entrar no estádio”. Esse relato foi usado como base para a ação do Ministério Público que levou à proibição de São Januário.
“Para contextualizar a completa falta de condições operacionais do local, desde a área externa até a interna, vê-se que todo o complexo é cercado pela comunidade da Barreira do Vasco, de onde são frequentemente ouvidos disparos de armas de fogo provenientes do tráfico de drogas presente lá. São ruas estreitas, sem área de escape, que sempre estão cheias de torcedores embriagados antes de entrar no estádio”, diz o trecho.
Fonte: Extra
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