Saindo de questionado e pouco utilizado, Maicon se tornou uma figura emblemática no elenco do Vasco. Em um curto espaço de tempo, o defensor conseguiu mudar a opinião da comissão técnica e dos torcedores e, mesmo não sendo titular absoluto, conquistou confiança dentro e fora do clube.
No confronto contra o Fortaleza, na quarta-feira, a história não foi diferente. Maicon substituiu o capitão Medel, que estava servindo a seleção chilena, e saiu vitorioso em quase todos os duelos, tanto no chão quanto no alto. Mais uma excelente performance do zagueiro, escolhido para a seleção da rodada pela CBF e eleito um dos destaques pelos leitores do ge.
Os números ressaltam o desempenho impressionante. Segundo o SofaScore, Maicon realizou seis cortes, cinco desarmes, duas interceptações, venceu todos os duelos no chão (5) e afastou três bolas pelo alto. Ele sentiu câimbras e foi substituído aos 36 minutos do segundo tempo. Nada que preocupe para o clássico contra o Flamengo, no domingo.
O dilema, porém, é como encaixar Maicon no time titular. Com o retorno de Medel, é provável que o camisa 4 volte para o banco. O jogador chileno também se adaptou perfeitamente à lateral direita da defesa, sendo o capitão do Vasco e um dos protagonistas da recuperação do time de Ramón Díaz no Brasileirão. Ambos atuam na mesma posição, embora Maicon já tenha jogado pelo lado esquerdo da defesa em outros clubes.
“Em todos os locais em que estive, sempre fui titular. Ninguém gosta de ficar fora, de ficar no banco. Meu profissionalismo está acima de tudo, então tenho que trabalhar ao máximo. Minha dedicação precisa ser ainda maior para provar ao treinador que tenho capacidade de jogar. Estarei sempre em uma disputa saudável com Medel e Léo para conquistar oportunidades. Ninguém gosta de ficar no banco, mas a competição é saudável”, disse Maicon em entrevista na semana passada.
Ganho de espaço
Embora hoje conte com o apoio dos torcedores, o começo de Maicon no Vasco não foi fácil. Contratado em junho, após rescindir com o Santos, o zagueiro teve sua contratação questionada, uma vez que não vinha sendo frequentemente utilizado na Vila Belmiro.
Após sua estreia contra o Cruzeiro, Maicon passou por um período de ostracismo. Com a chegada de Ramón Díaz em julho, o defensor perdeu espaço no elenco e demorou a ter uma oportunidade com o treinador argentino.
Foi no dia a dia dos treinamentos e nos bastidores que Maicon gradualmente conquistou a confiança da comissão técnica. Além de seu esforço diário e de sua boa forma física, o jogador, com experiência internacional, se tornou naturalmente uma liderança no elenco, com voz no vestiário, mesmo sem entrar em campo.
Aqueles que acompanham Maicon de perto afirmam que ele nunca se deixou abalar. Ele compreendeu que esse momento marcava a chegada de uma nova comissão técnica, teve paciência e trabalhou arduamente no dia a dia para conquistar seu espaço. Além dos treinos diários no CT Moacyr Barbosa, o jogador realiza atividades físicas complementares fora do clube pelo menos duas vezes por semana.
Aos 35 anos, Maicon possui um contrato curto, válido até dezembro, mas há uma cláusula de renovação automática em caso de permanência na Série A. Se depender do zagueiro, sua permanência em 2024 é garantida.
“Minha intenção é continuar, tenho trabalhado para isso, darei o meu melhor para conquistar isso.”