Luisinho e Mauro Galvão elogiam a energia dos adeptos do Vasco na Libertadores de 98

O Portal Oficial do Vasco inicia neste sábado (12/8) uma série de reportagens sobre os 25 anos do título da Libertadores de 98. No primeiro texto, falaremos sobre o maior bem do Clube, que mesmo sem marcar gol, foi essencial na campanha daquela conquista: a torcida. Em São Januário, o desempenho naquela competição foi quase perfeito: em sete jogos, foram seis vitórias e apenas um empate. Foram 12 gols feitos e apenas dois sofridos. Uma verdadeira panela de pressão para os adversários.

Quem participou daquela campanha lembra da energia do estádio e dos adeptos. Um dos jogadores mais experientes daquela equipe, Luisinho Quintanilha conta que o que tem de mais vivo na memória 25 anos depois daquele título são as idas do plantel da concentração até São Januário nos dias de jogo. Segundo o ex-médio, quando o autocarro chegava no Largo da Cancela (uma distância de pouco mais de 1km) ele praticamente era levado pela multidão de vascaínos.

– A principal lembrança que eu tenho de 98 é quando a gente chegava em São Januário. Lá na Cancela, parecia que a gente não ia chegar em São Januário. A rua estava lotada, tomada por adeptos do Vasco e a impressão é de que o autocarro era carregado até o estádio. Aquilo nos transformava de tal maneira, que nós descíamos para o vestiário com a certeza da vitória. Além de todo o trabalho, que era muito bem feito, a qualidade do time, o apoio dos adeptos foi crucial nessa conquista – conta Luisinho.

Artilheiro do time na competição, com 7 gols feitos, o avançado Luizão marcou cinco deles na Colina Histórica e reforça os relatos de Luisinho, em como era prazeroso chegar na Panela de Pressão de São Januário sendo praticamente transportado pelos vascaínos:

– Perdemos do Grêmio e do Chivas de 1 a 0, empatamos com o América-MEX em 1 a 1. Tínhamos que ganhar de qualquer maneira os jogos em São Januário. Eu lembro de ter feito dois golos incríveis contra o Grêmio e contra o Chivas e nós classificamos. Nossa torcida também foi fundamental nesse processo. Ela lotava o estádio e era a coisa mais linda do mundo. Eles entraram no espírito. Os jogos da primeira fase se tornaram decisivos e do Largo da Cancela até o portão, parecia que o autocarro era carregado, de tantos adeptos que tinham. Era uma loucura.

A força do time na Panela de Pressão era tão grande, que algumas peculiaridades daquela época marcaram até jogadores muito experientes já em 98, como o capitão Mauro Galvão, que se recorda dos longos foguetes quando o time entrava em campo até a superlotação de São Januário em dias de jogos da Libertadores:

– A torcida do Vasco é muito exigente. Eles nos cobravam muito para vencer em São Januário. No momento que acertamos, conseguimos bastante apoio. Na volta do México, aquele empate com o América lá foi bom e crescemos na competição. Em casa ganhamos praticamente todos os jogos, sempre com a ideia de fazer de São Januário um caldeirão e a torcida nos abraçou. O que o Luisinho disse realmente acontecia. Demorávamos muito da Cancela até o estádio porque a multidão nos levava. Lembro de uma imagem que é bem significativa também. Os jogos ficavam tão cheios que tinha gente até na marquise de São Januário.

Nas finais, a partida de volta acabou sendo em Guaiaquil, no Equador. Na volta, os jogadores sentiram ainda mais a força dos adeptos do Vasco, só que dessa vez, também longe da Panela de Pressão. Recepcionados por uma multidão no aeroporto, os campeões da América desfilaram em um carro do Corpo de Bombeiros pela Cidade Maravilhosa.