Após a determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que manteve a negação de presença de espectadores em São Januário, nesta quarta-feira, o assunto foi discutido no programa “Seleção sportv”. Logo após o fim do julgamento, André Rizek e Ledio Carmona mostraram-se surpresos com o resultado.
– Estou chocado, descobriram isso agora sobre São Januário, que foi construído em 1927. Descobriram agora que precisa de todos esses cuidados, que a comunidade ao redor é perigosa, que as vias são estreitas. O Vasco deve ter jogado lá mais de 5 mil partidas – afirmou Ledio, que enfatizou:
– O Governo não quer que o Vasco jogue no Maracanã, o MP não quer que o torcedor vá a São Januário. Então, acho que é uma ação para acabar com o Vasco. Porém, o Vasco sempre resistiu a todas essas adversidades e sempre se reergueu. O Vasco tem sua torcida e sua história e, novamente, será resistência. É o que vai acontecer. Parabéns aos envolvidos, que não são poucos.
Apresentador do programa “Seleção SporTV”, André Rizek também disse estar “chocado” com a decisão judicial, a qual se referiu como “excludente e preconceituosa”. Para Rizek, o Vasco está recebendo um tratamento desproporcional e singular do Poder Judiciário do Rio de Janeiro.
– Não consigo encontrar outro termo que não uma medida excludente e preconceituosa que é mantida após uma segunda análise do Poder Judiciário do Rio de Janeiro. Ela é justificada por uma premissa falsa. “Já que há violência e tráfico de drogas na região, é necessário interditar São Januário”. Por que digo que ela é falsa? Porque o jornal O Globo fez uma investigação mostrando que há mais tiroteios no entorno do Maracanã do que em São Januário. Portanto, se for utilizar a mesma medida, é necessário interditar o Maracanã, onde também há comunidades nas proximidades. Se for para ter igualdade, é necessário interditar a cidade do Rio de Janeiro inteira. Não pode mais ter escola de samba, festa em comunidade.
Rizek destacou que a proibição de público afeta diretamente as pessoas que vivem nas comunidades próximas a São Januário.
– Quando o Ministério Público assume essa falha do poder público, o que ele faz? Ao invés de orientar o Estado a resolver o que é responsabilidade do Estado, ele pune os moradores e as vítimas. E estigmatiza essas vítimas, como se nada mais pudesse ocorrer ali, apenas o tráfico de drogas. Pois não haverá nenhuma medida de segurança motivada por essa constatação do MP. Quando ele obriga o Vasco a implantar o sistema de biometria, ele está dizendo que apenas o Vasco deve adotar, já que o Maracanã não tem, o Nilton Santos não tem, Volta Redonda não tem. O Vasco está recebendo um tratamento singular e desigual da justiça. Confesso que estou chocado.
Fonte: SporTV