Em uma declaração ao canal “Expresso 1923”, o treinador português afirmou que Castán estava “morto” fisicamente durante sua passagem pelo clube, frequentemente incapaz de jogar em uma linha de quatro defensores.
“Ganhamos do Sport, mas era necessário trazer novos jogadores. Eu entrava em campo e depois não contava com o mesmo time. A COVID dificultou a repetição do time, muito raramente conseguimos isso. Para competir, é preciso continuidade. Foi desse jeito que coloquei Léo Matos, Netinho e Castán em campo, porque ele não poderia jogar na linha de quatro, já estava exausto. Estava morto”, destacou.
Sá Pinto também expressou sua tristeza em relação a Castán, após o zagueiro fazer comentários desfavoráveis a seu trabalho depois de ser demitido do Vasco. Segundo o treinador, ele tinha tentado “ajudar” Castán e não esperava essas declarações do jogador experiente após sua saída.
“Eu ajudei o Castán. Fiquei triste depois do que ele falou. Talvez eu tivesse tomado outra decisão e sido mais justo com o Ricardo (Graça). Precisamos analisar o contexto, estávamos sob forte pressão e na zona de rebaixamento, e os jovens merecem nosso apoio, não serem colocados nessa situação”, comentou.
Em conversa com a ESPN, Leandro Castán reconheceu as declarações de Sá Pinto e fez uma abordagem conciliatória, sugerindo que o treinador tem todo o direito de expressar sua opinião.
O ex-jogador, que se aposentou em 2022, admitiu que realmente não estava em sua melhor forma física em 2020 e esclareceu as críticas que fez a Sá Pinto após a demissão.
“Li alguns trechos do que ele disse, mas respeito sua opinião. Na verdade, eu já havia comentado em outra entrevista que houve um momento em 2020 em que eu estava exausto, sem forças. Ele só confirmou o que eu já tinha dito”, destacou.
Castán continuou: “Ele expressou isso à sua maneira. Acredito que ele ficou chateado comigo porque mencionei em uma entrevista que ele não conhecia o elenco, mas isso não era uma crítica, apenas uma observação.”
“Ele pode estar descontente comigo, mas ao longo de 17 anos jogando futebol, nunca pedi a nenhum treinador para jogar. Se eu entrei em campo, foi porque sempre busquei dar o meu melhor, e naquele momento, meu melhor não era suficiente para o Vasco”, refletiu.
Ele enfatizou que já estava enfrentando dificuldades desde 2014 devido a problemas de saúde. “Chegou 2020 e, junto à pandemia, eu não aguentava mais. Acabou que um ano depois eu decidi me aposentar”, adicionou.
Quanto à relação com Sá Pinto no Vasco, Castán considerou-a “normal” e garantiu que nunca faltou com respeito ao técnico.
“Com Sá Pinto, minha relação foi normal. Ninguém pode dizer que fui desrespeitoso ou indelicado. Sempre procurei dar o meu melhor. A questão é que, quando as coisas não vão bem, surgem esses conflitos. Ele pareceu muito chateado comigo pela minha declaração, mas respeito muito ele como pessoa e treinador. A vida segue”, concluiu.
Leandro também comentou sobre outras declarações polêmicas de Sá Pinto, que criticou a estrutura do Vasco em uma recente entrevista. O atual treinador do Raja Casablanca, Marrocos, chegou a relatar um incidente em que um cachorro do CT do Vasco teve a pata mordida por um jacaré.
“Não quero menosprezar o Vasco. Estive lá por três anos e muitas coisas aconteceram. Se contássemos tudo, poderíamos manchar a imagem do clube, e não sou eu quem vai fazer isso”, afirmou Castán.
“Recordo que houve um episódio como esse [jacaré atacando o cachorro no CT], mas até hoje sabemos que o Vasco estava passando por uma reestruturação. Na época, a estrutura física do clube era bem precária, e muitas coisas ocorreram”, finalizou.
Fonte: ESPN