Após passagem pelo Orlando City, Juninho voltou ao Vasco e tem contrato até o dia 31 deste mês. No entanto, é improvável que permaneça no clube. Recentemente, ele concedeu uma entrevista ao canal de Youtube ‘Futbolaço Podcast’ e falou sobre os desafios enfrentados antes de se tornar jogador profissional no Cruz-Maltino. Ele revelou que chegou a considerar seguir um caminho no mundo do crime para sobreviver no Rio de Janeiro.
“Quando completei 15 anos no Flamengo, eu tive um conflito com meu pai porque queria ter uma vida além do futebol, queria ser como qualquer outra criança. Naquela época, minha rotina era apenas trabalho, escola e treinos. Sentia a necessidade de trabalhar e não podia sair com meus amigos ou ir à praia. Hoje em dia, sou grato a ele por isso, pois me tornei independente. Na época, discuti com ele porque eu queria viver a vida e saí de casa aos 15 anos. Meu pai foi até o Flamengo e me retirou do clube. Nesse momento, pensei que teria que entrar para a vida do crime”, disse Juninho, hoje com 22 anos.
“Naquela época, não sabia onde minha mãe estava e havia acabado de sair de casa. O Flamengo veio até mim e disse: ‘Não podemos fazer nada, seu pai te retirou do clube e como você é menor de idade, ele é responsável por você’. Senti que minha única opção era entrar para o mundo do crime, não enxergava outra saída. No entanto, minha tia Angélica me acolheu e me levou para o Volta Redonda, onde fiquei por quatro meses. Obtive um bom desempenho lá e posteriormente fui contratado pelo Vasco”, completou.
Destaque no Carioca de 2022
O auge de Juninho no Vasco ocorreu no início da temporada de 2022, durante o Campeonato Carioca. Ele estava em boa forma física, se destacou nos treinamentos e teve oportunidades no time comandado pelo técnico Zé Ricardo. No entanto, uma lesão na coxa direita o tirou de ação, abrindo espaço para outro jogador da base do clube. Posteriormente, se envolveu em polêmicas por conta de excessos na vida noturna, publicações em redes sociais em meio à luta da equipe contra o rebaixamento, além de atritos internos.
“No início do ano, todos estavam cansados de mim. Me questionaram: o que você quer? Eu respondi: ‘Fiquem tranquilos, este ano será meu’. Comecei bem, me destacando nos treinos, e o Zé Ricardo me deu uma oportunidade. Tive bom desempenho no Carioca, ganhei confiança, mas depois da competição, me machuquei. Enquanto me recuperava, o Andrey estava indo muito bem e tomou minha vaga de titular. Nesse período, comecei a cometer erros novamente, dei brechas e praticamente fiquei o ano inteiro sem jogar. Até me machuquei novamente, por não estar me alimentando corretamente nem bebendo água como deveria”, comentou Juninho, reconhecendo suas falhas de comportamento.
“Falo isso de forma tranquila, pois eu poderia ter tomado um rumo totalmente diferente. Sem desmerecer, poderia estar atuando em um time de menor expressão. Se isso não aconteceu, foi porque outras pessoas torceram por mim e me deram sempre uma nova chance. Não posso chegar e dizer que ‘não tive oportunidade’. Pensei que talvez esta fosse a minha última, fui para os Estados Unidos com um contrato até o final do ano. Se não permanecer aqui, não sei o que será da minha vida no Vasco”, afirmou.
Perspectivas no Vasco
Apesar do contrato no exterior, Juninho não se destacou pelo Orlando City, que enfrentará o Flamengo em um amistoso. Isso ocorreu, pois atuou constantemente na equipe B do clube e fez apenas uma partida na Major League Soccer (MLS). Após seu empréstimo aos EUA, o volante retornou ao Vasco e aguarda definição sobre seu futuro nas próximas semanas.
Inicialmente, o planejamento não prevê a renovação de seu contrato, que expira no final deste mês. Portanto, a tendência é que o jogador fique disponível no mercado a partir de 2024 para assinar com outra equipe.
Sua última aparição pelo Gigante da Colina foi em janeiro, no empate em 1 a 1 com o Audax, pelo Campeonato Carioca. Ele subiu para o time principal em 2020 e acumula 82 jogos disputados, além de um gol marcado.
Fonte: IG Esportes