O que rolou
Os advogados solicitaram a mudança porque desejam analisar os documentos do caso, algo que ainda não foi feito. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido e ainda não definiu uma nova data para a audiência. A notícia do adiamento foi divulgada inicialmente pelo “Podcast Cruzmaltino” e confirmada pelo UOL.
A 777 contratou o escritório “Monteiro de Castro Setoguti”, após a saída do “Bermudes Advogados” do processo. De acordo com “O Globo”, a razão da saída de Sérgio Bermudes foi a falta de pagamento pelos serviços prestados pela empresa americana, que, somando tudo, totaliza cerca de R$ 1,8 milhão.
O novo escritório adotou uma postura de confronto em relação ao Vasco. Os advogados afirmam que a 777 deseja reassumir o controle da SAF do clube e planejam contestar a advogada Ana Tereza Basílio, que foi indicada pela diretoria vascaína na arbitragem que acontece simultaneamente na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Eles questionam a “independência e imparcialidade” dela no processo, citando sua ligação com a Salomão Advogados, escritório de Paulo César Salomão Filho, vice-presidente do Vasco.
Ana Tereza foi eleita, em novembro, presidente da OAB do Rio de Janeiro. Paulo Salomão é um dos conselheiros, representando a entidade no Conselho Federal. O documento que a 777 anexou menciona ainda a atuação conjunta nos processos de recuperação da Americanas e da Oi.
O UOL procurou o Vasco para comentar o assunto. O clube enviou uma nota curta e expressou “surpresa em relação ao tema, uma vez que se trata de um assunto que está sob segredo de Justiça”. Na mesma nota, o Cruz-Maltino enfatizou que “qualquer divulgação ou comentário sobre o processo caracteriza uma violação das ordens judiciais, configurando desrespeito à própria Justiça”.
Internamente, o Vasco vê a movimentação da 777 como “parte do jogo”. O clube já havia feito questionamentos no Tribunal Arbitral. De acordo com recentes apurações, há uma percepção de que a arbitragem poderia ter sido realizada de maneira mais rápida.
Vasco e 777
O Vasco associativo recuperou o controle da SAF da 777 Partners em maio do ano passado. A liminar foi concedida pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
(…) DEFIRO a cautelar requerida e SUSPENDO os efeitos do CONTRATO DE INVESTIMENTOS e do ACORDO DE ACIONISTAS, que conferem o atual controle da VASCO DA GAMA SOCIEDADE ANÔNIMA DO FUTEBOL à. Assim, estão suspensos, também, os direitos societários (políticos e patrimoniais) da 777 CARIOCA LLC, devolvendo o controle da companhia ao CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA, afastando os conselheiros indicados pela 777 CARIOCA LLC do Conselho de Administração da SAF (…) Trecho da decisão.
A liminar ainda afastou todos os integrantes da 777 do Conselho de Administração da SAF. Antes da decisão, a composição era formada por cinco cadeiras da empresa: Josh Wander, Andres Blazquez, Donald Dransfield, Nicolas Maya e Steven Pasko; e duas do associativo: Pedrinho e Paulo César Salomão. O quinteto americano está fora, e o clube agora tem a liberdade de indicar novos nomes.
O juiz Paulo Assed Estefan descreveu as operações da 777 Partners como “estranhas”. Ele citou, por exemplo, um “saque a título de empréstimo” logo após uma das injeções financeiras no Vasco.
O objetivo do Vasco foi garantir que as ações da SAF não fossem penhoradas ou usadas como garantia numa eventual falência ou insolvência da 777. O clube fez referência ao artigo 477 do Código Civil.
A ação também mencionava processos de fraude que a 777 está enfrentando no exterior. Além disso, houve uma menção sobre um suposto afastamento de Josh Wander e Steve Pasko do Conselho de Futebol da empresa. Também foi apontado que os 30% adquiridos pela 777, junto com os investimentos feitos, estão preservados.
A “A-CAP” — seguradora que assumiu o controle da companhia norte-americana — tomou os ativos da 777. A empresa que era a majoritária na SAF do Cruz-Maltino entrou com um pedido de falência.
Por conta de um pacto, a A-CAP é obrigada a notificar o Vasco sobre qualquer negociação. Além disso, qualquer eventual transação precisa ter a aprovação do Cruz-Maltino, garantindo uma proteção jurídica ao clube.
Fonte: UOL
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