Payet completou dois meses de Vasco na última segunda-feira. Em 16 de agosto, o francês desembarcava no Rio de Janeiro recepcionado por milhares de torcedores para assinar contrato com o clube. A festa dos vascaínos e a escolha do meia pelo Brasil foi assunto de destaque na França. Passados seis jogos, ele continua sendo acompanhado pela imprensa francesa, mas em tom de preocupação por ainda não ter se firmado no time titular.
Payet treinou entre os titulares esta semana e deve ganhar nova chance na partida contra o Fortaleza, nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), em São Januário.
A questão física é tema entre os jornalistas franceses. Eles entendem que Payet está acima do peso ideal – o ge apurou que o meia queimou gordura e ganhou massa muscular desde que chegou. Por outro lado, há um sentimento de frustração com o pouco espaço que o meia vem ganhando no Vasco. Acreditam que houve tempo suficiente para ele ser encaixado no time.
– Não tem uma sequência de jogos tão difícil e com essas janelas da Fifa ele pode treinar, se encaixar no time, mas não aconteceu. Espero que ele continue melhorando, ganhe mais tempo de jogo, seja decisivo e ajude o time. Não tenho um motivo para explicar esse início um pouco decepcionante. Eu daria uma nota 4 ou 4,5, mas faz parte, ele jogou a vida inteira na França, ia demorar mais – pontua Eric Frosio, correspondente do L’Équipe no Brasil.
Após chegar ao Rio de Janeiro, Payet demorou 18 dias para estrear pelo Vasco. Enquanto esperava ser regularizado, o camisa 10 focou em melhorar a parte física. Até a estreia como titular aguardou outros 18 dias. E foi bem. Começou jogando contra o Coritiba e deu uma assistência na goleada vascaína por 5 a 1. A boa impressão o fez ser mantido entre os 11 iniciais no jogo seguinte, diante do América-MG. Foram apenas essas duas partidas como titular e outras quatro saindo do banco.
Louis Génot, correspondente da France-Presse no Brasil, não vê motivo para preocupação. Ele acredita que, como Payet já não vinha bem da última temporada na França, é normal que demore um pouco mais a se firmar. Além disso, dificilmente será o mesmo jogador do auge no Olympique.
– Não era para esperar que Payet fosse resolver logo no início, porque sempre tem um período de adaptação, e sabemos que ele está longe do auge físico, e isso não é de hoje. Na última temporada dele com o Olympique de Marseille, ele já não era titular. Pelo que eu vi, ele parece estar se divertindo em campo, ele está sorridente, então acho que com o tempo ele vai deslanchar, se o técnico confiar nele – destaca Louis.
Não é Paiê, é Paiêt
O desempenho de Payet nos seis jogos pelo Vasco e sua busca por espaço e melhora física obviamente são abordagens da imprensa francesa. Mas há algo que “incomoda” os jornalistas desde o dia em que vazou a informação da negociação com o jogador: a pronúncia do nome do meia pelos brasileiros. E isso também virou tema na mídia da França.
– Uma coisa: destacamos (nas matérias) que o pessoal daqui continua pronunciando errado o sobrenome dele. Não é Paiê, tem que pronunciar o “T” – frisa Louis.
Mas o jornalista admite que perdeu essa batalha: “Acho que a torcida já decidiu que seria Paiê mesmo, e também acho que ele não liga”.
Leia as opiniões dos franceses
Eric Frosio – correspondente do L’Équipe no Brasil
“Estou acompanhando de perto, presente nos jogos para acompanhar a aventura dele. O que sinto é que no início realmente o público francês elogiou muito a escolha do Payet em momento que muitos estão indo para a Arábia Saudita por causa de dinheiro. Elogiaram a escolha pelo Brasil por causa da paixão e da torcida. Depois, pelo fato de ele ainda não ter se tornado titular, algumas pessoas estão aproveitando para criticar a escolha dele, criticar a parte física. Ainda falam dele, mas como ele joga pouco é difícil de opinar sobre as atuações e também ele ainda não deu entrevistas.
– Eu acho o início dele um pouco decepcionante. Eu pensei que depois de duas ou três semanas ele ia iniciar no time. Isso aconteceu, inclusive no jogo espetacular contra o Coritiba e depois contra o América-MG. Depois saiu do time e não engrenou. Uma decepção, porque era para dar a volta por cima, ajudar como “capitão”, porque na França ainda estamos vendo ele como capitão. Esse papel de chefão ele ainda não tem no Vasco, é normal também, outro país, outra cultura, outro vestiário, outra língua. É claro que ia demorar, mas achei que ele ia ajudar mais. Não sei por que. Não tem uma sequência de jogos tão difícil e com essas janelas da Fifa ele pode treinar, se encaixar no time, mas não aconteceu. O calor também não é absurdo e fisicamente ele parece não ter chegado ao peso ideal.
– Espero que ele continue melhorando, ganhe mais tempo de jogo, seja decisivo e ajude o time. Não tenho um motivo para explicar esse início um pouco decepcionante. Eu daria uma nota 4 ou 4,5, mas faz parte, ele jogou a vida inteira na França, ia demorar mais. Ele vai ter a chance de iniciar o próximo jogo (Fortaleza) e, de repente, conquistar o Ramón. Não acho que é uma questão de intensidade, porque ele pode ajudar muito nas bolas paradas. Vamos ver se, com a ausência do Paulinho, ele pode entrar nesse time e se firmar”.
Louis Génot – correspondente da France-Presse no Brasil
“A imprensa francesa começou tratando a vinda do Payet ao Brasil como uma curiosidade, e matérias sobre a chegada dele no aeroporto, com milhares de torcedores em festa, repercutiram bastante. Ele foi bastante elogiado por ter feito “a escolha da paixão” pelo futebol, como ele mesmo disse, mesmo tendo recebido ofertas mais lucrativas da Arábia Saudita.
– Depois da chegada, alguns veículos acompanharam as primeiras partidas, e o desempenho dele no jogo contra o Coritiba, em que ele deu uma assistência, foi bastante elogiado. Depois, passaram a acompanhar menos os demais jogos, mas certamente haverá matérias depois que ele fizer o primeiro gol. Alguns sites estão repercutindo comentários mais críticos, como um recente de Edmundo, mas ainda são poucos.
– Minha opinião pessoal: não era para esperar que Payet fosse resolver logo no início, porque sempre tem um período de adaptação, e sabemos que ele está longe do auge físico, e isso não é de hoje. Na última temporada dele com o Olympique de Marseille, ele já não era titular. Pelo que eu vi, ele parece estar se divertindo em campo, ele está sorridente, então acho que com o tempo ele vai deslanchar, se o técnico confiar nele”.
Fonte: ge
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