A relação entre a diretoria que assumirá o Vasco em janeiro e a 777 Partners, empresa que detém 70% das ações da SAF vascaína, começa já com problemas. Isso tem preocupado os investidores americanos que cuidam do futebol do clube. Há problemas de comunicação entre os principais representantes das partes, e esses desentendimentos iniciais antes mesmo da posse são indicativos de um possível conflito judicial.
Ainda não temos informação sobre o conteúdo das conversas. No entanto, não é surpresa a intenção do grupo político que levou Pedrinho ao poder de rever o contrato de venda de 70% das ações da SAF Vasco – um tema muito discutido durante a campanha para permanecer na Série A. As duras críticas de Edmundo, aliado do presidente, às recusas das indicações do novo líder do clube causaram desconforto e estranheza, principalmente pelo fato de que Pedrinho não se manifestou para contornar a situação.
Desde então, a intenção da nova diretoria eleita de ignorar o protocolo que rege a relação entre o clube e a SAF tem se tornado cada dia mais evidente. Existe um departamento esportivo da 777, lidando diretamente com o recém-chegado Alexandre Mattos, e Pedrinho, somente após assumir o cargo, terá lugar no Conselho Administrativo da SAF. Fontes ligadas aos dois lados comentam sobre um descontentamento mútuo sem descartar o risco de uma ruptura precoce.
Conflitos entre diretorias de clubes e acionistas de SAFs são comuns no futebol europeu. Há casos de desgaste, como no Belenenses, de Portugal, onde clube e Sociedade Autônoma Desportiva (SAD) se tornaram instituições separadas. Por enquanto, no Vasco, as partes tentam mostrar que convivem em harmonia. No entanto, o desconforto pode começar a refletir na demora para tomar decisões em relação à busca por reforços. Veremos…
Fonte: Gilmar Ferreira – Futebol, coisa & tal…